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Que futuro para os media tradicionais?


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O aparecimento da internet veio revolucionar o mundo da comunicação e da informação, provocando um grande impacto nos meios de comunicação social já existentes e naquilo a que actualmente designamos de jornalismo tradicional. O seu sucesso (que resulta essencialmente de dois factores: permitir ao público o acesso a uma infinidade de fontes, actualizadas praticamente ao segundo, e combinar, pela primeira vez, texto som e imagem num único formato, o digital) tem sido tal que a pergunta se impõe: ?Que futuro para o jornalismo tradicional? A morte??. Para se poder encontrar uma resposta a esta questão, existem vários pontos que devem ser tidos em conta, sem nunca esquecer de que se trata apenas uma previsão, sendo, portanto, algo falível.
A internet é essencialmente caracterizada por uma actualização constante e imediata de conteúdos, o que não permite ao leitor ter tempo para interpretar e reflectir sobre a informação. Apesar de existirem alguns sites
informativos que apostam num formato mais analítico e interpretativo, é inegável que ler textos longos e complexos em frente ao ecrã do computador é muito mais cansativo e stressante do que o fazer a partir do papel. Por alguma razão, não há tanta aposta em e-books
como há em ciber-jornais
. Por isso mesmo, é necessário um jornalismo mais explicativo, que seleccione e interprete as informações mais importantes.
De acordo com Jorge Pedro Sousa, por exemplo, ?talvez as pessoas não venham, futuramente, a comprar jornais e revistas generalistas de qualidade para saberem de notícias ?quentes?, mas, senão todas as pessoas, pelo menos as elites, continuarão a consumi-los para acederem a notícias seleccionadas, aprofundadas, correlacionadas, hierarquizadas, comentadas, interpretadas, explicadas, analisadas, e ainda, sobretudo no caso das revistas e jornais semanais, para acederem a sinopses, com correlacionamentos entre notícias, sobre o que ocorreu de relevante em períodos de uma semana ou mais. Jornais e revistas são um dispositivo tecnologicamente perfeito para esse fim, dada a sua funcionalidade e portabilidade.
?<1>.
O jornalismo tradicional tem de se adaptar às novas tecnologias, não procurando competir com estas, mas encontrando e demarcando o seu espaço, o seu público, preenchendo as lacunas que estas possuem, o que, ainda segundo José Pedro Sousa, passa por: ?1) Respeito pela identidade da imprensa de qualidade, mesmo que introduzindo mudanças; 2) Integração em grupos multi-mediáticos fortes, com criação de links entre o impresso e o online, aprovei-tamento de sinergias e redução de custos, o que implica admitir politicamente um certo grau de concentração da propriedade dos media; 3) Investimento na constante melhoria da qualidade empresarial, no aprimoramento da forma e dos conteúdos e na qualidade dos recursos humanos; e finalmente (4) uma política eficaz de marketing, o que, não ex-cluindo a comunicação de marketing, não passa, somente, por este tipo de comunicação, mas sim pela capacidade de fixar preços atraentes, de ter uma política de distribuição adequada aos novos tempos e de vender com os jornais e revistas produtos que gerem importantes mais-valias para as empresas
?<2>.
Por outro lado, é importante salientar que a maioria da população mundial não tem acesso à internet, e, infelizmente, este facto não vai mudar num futuro próximo.
É igualmente importante referir que existe sempre quem opte por não mudar os seus hábitos, não cedendo ao fascínio das novas tecnologias. No entanto, os meios de comunicação têm de saber manter esta preferência, preocupando-se em estabelecer uma certa interactividade com o seu público.
Conluindo, tal como a rádio encontrou o seu espaço após o aparecimento da televisão, dificilmente o jornalismo tradicional morrerá. Se a rádio é insubstituível no carro e, por vezes, no emprego, se a televisão é indispensável na hora dos telejornais, o jornal estará sempre presente na esplanadada do café e nos transportes públicos. Quanto à qualidade do seu futuro, esta dependerá do modo como cuidar deste seu espaço. Como salienta Elisabete Barbosa, ?A Internet não representará o fim do jornalismo e dos jornalistas, mas vai, certamente, modificar muitas das práticas actuais nas redacções (mesmo nas de meios de comunicação online). A deontologia e o profissionalismo dos jornalistas continuarão a ser os mesmos; a forma como se investiga e constrói uma notícia terá semelhanças como que se realiza hoje; a apresentação será diferente e os profissionais do sector terão que se adaptar às novas tecnologias
.?<3>.

<1> José Pedro Sousa, ?Reflexões sobre um horizonte possível para o jornalismo impresso generalista de qualidade? (artigo disponível online na Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação);

<2> Idem, Ibidem;

<3> Elisabe Barbosa, ?Interactividade: A grande promessa do Jornalismo Online? (artigo também disponível online na BOCC).


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