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Linguística e Poética (Parte 2)


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(Continua de Parte I referida em baixo em 'Links importantes)

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Funções da linguagem

A linguagem deve ser estudada em toda a variedade das suas funções. Quais são os factores constitutivos de todo o processo linguistico?

? O EMISSOR envia uma MENSAGEM ao destinatário. Para ser eficaz, a a mensagem requer um CONTEXTO ou REFERENTE, verbal ou susceptível de ser verbalizado, apreensível pelo destinatário. Um CÓDIGO, total ou parcialmente comum ao emissor e ao destinatário (ao codificador e ao descodificador). E um CONTACTO, um canal físico e uma conexão psicológica entre o emissor e o DESTINATÁRIO.

                                            CONTEXTO

                 EMISSOR          MENSAGEM      DESTINATÁRIO

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                                           CONTACTO

                                            CÓDIGO

Cada um destes seis factores determina uma função diferente da linguagem. A estrutura verbal de uma mensagem, que dificilmente se preenche com uma única função, depende da função predominante, uma vez que elas estão hierarquizadas dentro de uma mensagem.

A maior parte das mensagens está orientada para o contexto, a função dominante é a referencial, denotativa, cognitiva, mas outras funções devem ser levadas em conta.

A função emotiva ou expressiva, centrada no emissor, visa uma expressão directa da atitude de quem fala em relação ao assunto de que está a falar. O discurso é pontuado por interjeições, que diferem dos procedimentos da linguagem referencial pela sua configuração sonora, principalmente através de sequências sonoras peculiares ou de sons incomuns. Se analisarmos a linguagem do ponto de vista da informação veiculada, não podemos restringir a noção de informação ao aspecto cognitivo da linguagem, porque mesmo um homem que use elementos expressivos para indicar a sua ira ou a sua atitude irónica transmite informação manifesta. Ex. um antigo actor de um teatro de Moscovo elaborou quarenta mensagens diferentes através de uma só frase ? ?Boa noite? ? pronunciando a frase de acordo com quarenta situações emocionais diferentes. Na sua maior parte, a audiência descodificou, através das alterações na configuração sonora das duas palavras, mensagens diferentes.

A orientação para o destinatário ? função conectiva, encontra a sua expressão gramatical mais pura no vocativo e no imperativo. As sentenças imperativas diferem fundamentalmente das sentenças declarativas, porque não podem ser submetidas à prova da verdade. Em contraposição, as sentenças declarativas podem ser convertidas em interrogativas, o que não acontece com as imperativas.

O modelo tradicional da linguagem limitava-se a três funções ? emotiva, conectiva e referencial ? e aos três ápices desse modelo ? a primeira pessoa, o emissor; a segunda pessoa, o destinatário; e a terceira pessoa, alguém ou algo de que se fala. Mas existem ainda três outros factores constitutivos da comunicação verbal e três funções correspondentes da linguagem.

Há mensagens que servem para prolongar ou interromper a comunicação, para verificar se o canal funciona, para atrair a atenção do interlocutor ? ?Tás a ler??. Esta orientação para o contacto, para a função fáctica, serve-se de fórmulas ritualizadas cujo único propósito é prolongar a comunicação.

A Lógica Moderna distinguiu dois níveis de linguagem: a linguagem-objecto, que fala de objectos, e a metalinguagem, que fala da linguagem. Mas a metalinguagem, para além de ser instrumento científico, tem também um papel importante na linguagem quotidiana. Sempre que o emissor e/ou o destinatário têm necessidade de verificar se estão a usar o mesmo código, o discurso foca-se no código, na função metalinguistica.

A orientação para a mensagem é a função poética da linguagem, mas não se devemos reduzir a esfera da função poética à poesia ou confinar a poesia à função poética. A função poética não é a única função da arte verbal, mas somente a função dominante. Em todas as outras actividades verbais ela funciona como constituinte acessório, subsidiário. Ex. ?Porque é se diz Joana e Margarida, e nunca Margarida e Joana?? Numa sequência de nomes coordenados, não havendo hierarquias definidas, a precedência do nome mais curto parece a quem fala, sem que o possa explicar, dar melhor configuração à mensagem.

O escrutínio da linguistico da poesia não se pode limitar à função poética. As particularidades dos diversos géneros poéticos implicam uma participação, em ordem hierárquica variável, das outras funções verbais a par da função poética dominante. A poesia épica, centrada na terceira pessoa, põe em destaque a função referencial da linguagem; a lírica, orientada para a primeira pessoa, está vinculada à função emotiva; a poesia na segunda pessoa está imbuída de função conectiva e é súplice ou exortativa, consoante a primeira pessoa estar subordinada à segunda ou esta à primeira. 

                                                REFERENCIAL

                 EMOTIVA             POÉTICA            CONECTIVA

                                                FÁCTICA

                                                METALINGUISTICA



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