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Indústria Cultural e Sociedade


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  A presente análise tem como objetivo explicitar o conceito de Indústria Cultural no âmbito das comunidades sócio-economicamente baixa, e constatar até que ponto a Indústria Cultural contribui para formação da cidadania nesta comunidade.

Theodor Wiesengrund Adorno contribuiu diretamente à psicologia, à sociologia, e filosofia. Como crítico da cultura, pode-se dizer que esteve diretamente ligado a ela por ter sido músico e compositor, logo sua visão veio de dentro, talvez por isso seja um dos maiores conhecedores do tema ?crítica da cultural?.

Dois sentidos distintos são confrontados ao falar de cultura1: o antropológico e o elitista. No primeiro a cultura é vista como um conjunto de práticas, rituais, artefatos, costumes e crenças que são inerentes ao modo de vida. O segundo foi desenvolvido de modo a opor-se aos costumes: ela é relacionada à arte, à filosofia, à literatura, à educação formal, ao teatro, a música clássica, etc. São os chamados ?propósitos humanizadores? dos homens ?cultivados? (PAULINO, 2005, p 7).

O termo Indústria Cultural foi utilizado pela primeira vez em 1947 no livro Dialética do Iluminismo de Theodor Wiesengrund Adorno (1903 - 1969) e Max Horkheimer (1895 ? 1973), Adorno também o utilizou numa série de conferências via rádio em 1962 visando substituir outro termo: Cultura de Massa.

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1 A designação de cultura (do latim Cultura, cultivar o solo) veio substituir, após grande polemica, o termo civilização. Em filosofia, designa as manifestações do comportamento humano em oposição à natureza ou comportamento natural.

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Os detentores dos veículos de comunicação e defensores da expressão "Cultura de Massa" querem dar a entender que se trata de algo como uma cultura surgida espontaneamente das próprias massas. Para Adorno, que diverge dessa visão, a Indústria Cultural não apenas adapta seus produtos para o consumo das massas, más determina o próprio consumo.

A indústria cultural com seu estilo manipulador influencia a todos em uma sociedade, somos bombardeados todo o tempo com sua falácia de que ela não passa da vontade do povo, quando na verdade impede o indivíduo de criticar escondendo as desigualdades e contradições do sistema capitalista, tentando fazer-nos acreditar que o que é exibido é o que a sociedade quer ver.

É inegável que fatos como esses reproduzem os interesses da classe dominante, a regularidade, a repetição e a uniformidade: características para um correto funcionamento de uma máquina na indústria capitalista, tornam-se inerentes á cultura moderna, tornando a diversão e o lazer um prolongamento do trabalho.

A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada pelos que querem se subtrair aos processos de trabalho mecanizado, para que estejam de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização adquiriu tanto poder sobre o homem em seu tempo de lazer e sobre sua felicidade, determinada integralmente pela fabricação dos produtos de divertimento, que ele apenas pode captar as cópias e as reproduções do próprio processo de trabalho. (ADORNO, 2002, p 30-31).

Tais contradições insustentáveis foram discutidas através de obras de Theodor Wiesengrund Adorno (1903 - 1969) e Max Horkheimer (1895 ? 1973), tentarei aprofundá-las ao máximo.

Pensando-se a atualidade do poder de manipulação dos meios de comunicação, principalmente a televisão no que diz respeito a comunidades sócio-economicamente baixa, torna-se estritamente necessária a teoria crítica elaborada por Adorno e Horkheimer.

O ato televisivo nada mais é que a expressão da Indústria Cultural que mais alcança o residente de uma comunidade sócio-economicamente baixa, refletindo os valores e técnicas dessa cultura, o cidadão morador de tal comunidade, trabalhador e explorado pelo modo de produção vigente em nosso país, pelo fato de apenas conseguir possuir objetivações primárias ?trabalho: é a objetivação primária do ser social, é fundante do ser social, modelo de toda prática social?, é exaurido de todo e qualquer outro tipo de objetivação ?objetivações secundárias: arte, ciência, filosofia, religião?, tem apenas como refúgio a grande produtora de mitos no Brasil, a produção televisiva.

É no curso do desenvolvimento histórico que a autonomização da magia em face do trabalho vai se realizar, engendrando objetivações cada vez mais diferenciadas entre si e elas mesmas regidas por dinâmicas próprias: a partir da magia, ao cabo de milhares de anos, pensamento religioso, ciência, filosofia e arte tornaram-se objetivações autonomizadas do processo de trabalho, construindo expressões do ser social desenvolvido. O avanço do processo de humanização pode ser compreendido, pois, como a diferenciação e a complexificação das objetivações do ser social. O trabalho aparece como a objetivação primária e inelimitável do ser social, a partir da qual surgem, através mediações cada vez mais complexas, as necessidades e as possibilidades de novas objetivações. O trabalho, porém, permanece como objetivação primária do ser social num sentido amplo: as outras formas de objetivações, que se estruturam no processo de humanização, supõem os traços fundamentais que estão vinculados ao trabalho (vamos repeti-los: a atividade teleologicamente orientada, a tendência à universalização e a linguagem articulada) e só podem existir na medida em que supõem; somente com eles tornam-se possíveis o pensamento religioso, a ciência, a filosofia e a arte. (NETTO, 2007, p 40-41).

Sempre que puder, procurarei analisar também, de que outras formas esta indústria pode influenciar e aliciar comunidades sócio-economicamente baixa, ?Centros Culturais, ONG?S? tendo como maior respaldo estar contribuindo para formação da cidadania de sua população.

Estarei sempre atualizando e trazendo novas informações para essa análise.




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