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Nordestinos


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A migração nordestina para o estado de São Paulo, principalmente
para a capital, foi um fenômeno social bastante expressivo ao longo do século
XX, especificamente a partir da década de 1930 e especialmente na primeira
metade da década de 1950, quando a migração se tornou muito intensa, superando
todos os números do êxodo nordestino registrados até o momento. No período em
questão, São Paulo passava por um grande processo de desenvolvimento econômico-industrial,
enquanto que a região Nordeste ainda sustentava suas antigas características
(concentração de renda nas mãos dos grandes proprietários; problemas com as
secas; economia estagnada, agricultura atrasadas e pouco diversificada). A
grande migração gerou muitos debates na Câmara dos Deputados, artigos na
revista O Cruzeiro - que tinha grande importância e circulação no período -,
algumas páginas exclusivas nas Mensagens Presidenciais; enfim, uma certa
preocupação social que, na maioria das vezes, estava relacionada à migração e
aos problemas que esta poderia causar e não aos migrantes em si, ou seja, aos
flagelados da seca e procedentes de uma região carente de atenção, projetos e
investimentos.

Ainda hoje, São Paulo continua sendo o
sonho de nordestinos. Até chega a ser considerada como a capital do
Nordeste.

Das 10.508.218 pessoas que vivem na capital paulista,
2.047.168 nasceram no Nordeste, de acordo com o último Censo do IBGE, datado de
2000. Esse número representa 19,62% da população.
Se computarmos os paulistanos filhos ou netos de nordestinos, veremos que, se,
no passado, o paulistano típico tinha um pé na Itália, hoje o tem no Nordeste.
De acordo com dados lançados, pela Fundação Seade em 2003, os baianos são 25%,
seguidos pelos pernambucanos, que somam 15%, e pelos cearenses, que totalizam
8%.

Outra repercussão política teria sido a afirmação da
prefeita Marta Suplicy, em 2003, de que interesses nordestinos agiram contra a
aprovação de um empréstimo para São Paulo. "É uma preconceituosa", atacou
o senador José Agripino (PFL-RN). "Os delírios em relação ao Nordeste não
passam de besteirol", emendou Heloísa Helena (PT-AL). "Um absurdo de
uma caprichosa", fez coro o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).

Não se vê na cidade reverência ao nordestinos. Não há um
museu decente que conte a saga deles em São Paulo; não fazem parte dos livros
didáticos como referências positivas, estão geralmente associados à seca, à
miséria e aos políticos corruptos; quase nunca (para não dizer nunca) aparecem
como heróis em novelas sobre a vida paulistana, papel sempre oferecido aos
italianos.

Não raro, ouvem-se comentários maldosos e preconceituosos
que ligam os nordestinos à criminalidade ou à falta de cultura.

Mas, em nenhuma outra cidade brasileira - incluindo as do Nordeste -, tantos
nordestinos foram tão beneficiados, favorecidos pela mobilidade social -o que,
de certa forma, é uma distribuição de renda.

Ao contrário do que possa parecer, muita gente afirma nunca
ter sofrido preconceito. Ou não ter percebido. "Eu me sinto muito bem
aqui. Nunca senti nenhum tipo de preconceito", garante o ambulante José
Nilton, vindo da Paraíba.

O médico Luís Alfredo Filho se considera "um transeunte
pacato" e afirma que não tem do que reclamar. "Convivo muito com os
paulistas no trabalho e eles se misturam mesmo", diz. "Antes de vir
do Maranhão, me alertaram muito sobre o preconceito, mas eu nunca senti, nem de
leve."

O paraibano Edilson Batista Ferreira, de 28 anos, ao
contrário, conta que já sentiu que foi vítima de preconceito. Vendedor de
sandálias de couro nas imediações da rua Teodoro Sampaio, zona oeste de São
Paulo, Edilson conta que já tentaram "corrigir" o seu sotaque.
"Eu notei, mas nem liguei", afirma.

Fontes:

http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/g_dimenstein/id201003.htm

http://sp450anos.terra.com.br/interna/0,,OI254568-EI2551,00.html

http://www.ctn.org.br/nordestesp/ibge.php

www.ufscar.br



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