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Desenvolvimento e Comportamento Humano


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A condição humana nos impõe a necessidade de vivermos em sociedade. O processo de socialização começa muito cedo, assim que é concebida a criança começa a receber influência do meio externo. A família é o primeiro grupo social com o qual a criança tem contato. Por vir logo em seguida, a escola geralmente é recebida com insegurança e medo, por representar um mundo até então desconhecido. A dificuldade de adaptação do indivíduo aos novos meios sociais muitas vezes se dá devido aos choques de valores entre as famílias e as demais instituições. A forma como o indivíduo percebe o mundo que o rodeia, a aceitação do outro e enfim a flexibilidade em relação ao diferente são fatores de grande importância na socialização. O desenvolvimento emocional é um dos elementos centrais de todas as atividades humanas. O desenvolvimento da criação não provém de fatores de fatores isolados, mas, configura-se em diferentes contextos formadores de características e ações elaboradas.
Na imitação, na interiorização de normas e na independência as crianças buscam resolver seus conflitos, tentando alcançar progressiva autonomia. Freud descreve o desenvolvimento da personalidade de acordo com estágios da sexualidade. Para Freud o que marca os conflitos da fase fálica é o desejo sexual que a criança sente pelo progenitor do outro gênero. Erickson dá mais atenção aos aspectos sociais do que aos aspectos biológicos. Segundo ele, entre os três e os seis anos, a tensão evolutiva está entre o pólo da iniciativa e o da cumplicidade. Mesmo analisando de formas diferentes Freud, Wallon e Vygostsky vêem nas atitudes dos pais e no contexto familiar, grande importância para o desenvolvimento da personalidade infantil. A visão inicial que a criança tem de si mesma é baseada em termos simples e globais. É aos poucos que o autoconceito fica complexo, diferenciado, articulado e sistematizado. O conhecimento que elaboramos sobre outras pessoas, e a forma com que percebemos o ambiente social é decisivo para o conhecimento próprio. A visão pessoal formará o ?autoconhecimento? e esta visão é formada a partir do outro, da imagem transmitida ao nosso respeito, de como nos vemos enquanto seres distintos. As experiências sociais e o nível de desenvolvimento cognitivo variam o processo de construção ao longo da infância.
Constatação empírica de que auto- estima tem relação com êxito escolar, com equilíbrio emocional e outros aspectos da vida social a tornou objeto de estudo, mostrando que o grau de aceitação das pessoas mais significativas é próximo assim como a qualidade das relações estabelecidas com elas se destaca entre os fatores mais determinantes da auto-estima. A diferença entre emoção real e emoção expressa (baseada no que os outros esperam), só é percebida a partir dos cincos ou seis anos, quando então somos capazes de mascarar sentimentos para ajuste ou benefício próprio. A linguagem é de notável importância na comunicação de estados emocionais, é através delas que expressamos nosso interior. Das experiências tidas em casa, depende em boa parte que, os filhos cheguem a ser pessoas sociáveis e capacitadas para a autêntica vida de amizade, a família influi, sobretudo através das atitudes dos pais. A relação entre pais e filhos pode ser classificada de acordo com o comportamento estabelecido, podendo ser afetivo e comunicativo (quando é possível perceber a credibilidade dos pais), ou rígido e exigente (quando a disciplina é exigida com estabelecimento de normas).
Definir modelos se torna uma atitude falha engessa a possibilidade dos pais se encaixarem em mais de um padrão de comportamento, quando não leva em consideração a instabilidade das reações humanas. É inegável a função que o meio exerce sobre o indivíduo, nossa cultura elege o modelo democrático (que educa na busca do equilíbrio), como o mais adequado por desenvolver elevada auto-estima, confiança, persistência, competência e autocontrole. Em outra perspectiva, podemos levar em consideração a complexidade do seio familiar que não é composto unicamente de pais e filhos, portanto, os pais não podem ser os únicos responsabilizados pelas atitudes dos filhos, que ao receberem outras influências, estas são introduzidas de maneira diversificada na prática educativa. Em qualquer tempo, o gênero nos leva a identificar uma idéia fundada nas diferenças biológicas entre os sexos, o que a sociedade espera e considera adequada aos membros de cada grupo social dá lugar a aquisição dos papéis do gênero. Além das diferenças biológicas entre homens e mulheres existem outras sociais e culturais construídas, e é a partir destas diferenças que as crianças vão formando o autoconceito. Se os corpos assumem a organização social, política, as normas religiosas e culturais, também é por seu intermédio que expressam as estruturas sociais. Assim, há uma estreita e contínua ligação entre o social e o biológico, um jeito de ser masculino e um jeito de ser feminino, com atitudes e movimentos corporal socialmente entendido como naturais de cada sexo (Cornel 1990).
É imprescindível que a escola trabalhe a interdisciplinaridade, ou seja, desenvolvendo em conjunto projetos que englobem várias disciplinas ao mesmo tempo (dentro também do contexto atual), ajudando na formação dos alunos fazendo com que eles opinem, estimulando-os acabam por tornarem-se ?mais cooperativos?, independentes e adaptados às situações sociais. Infelizmente não existem receitas prontas para se educar uma criança e, por mais que se caracterize o relacionamento, continuaremos sendo simplistas, por que cada um é único e percebe o mundo de diferentes maneiras, a particularidade de cada um dever ser reconhecida e valorizada.
Livro
Desenvolvimento Psicológico e Educação, (pp. 181-198), Porto Alegre, Artmed.




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