Na generalidade, acho que cada emoção contém em si um núcleo para idéias pré-concebidas acerca do mundo. Este fato levanta um fenómeno notável. Quando uma emoção se desvanece e a próxima é gerada, ocorre na mente uma mudança automática nas idéias: as novas emoções trazem idéias associadas.

Uma pessoa está constantemente a sentir alguma emoção, quando a emoção atual se desvanece para assim outra emoção tomar o seu lugar e ser assim, sentida. Nenhuma reação emocional por si só pode ser permanente. Quando qualquer emoção, como a fúria é experimentada, a pessoa pode permanecer furiosa somente por algum tempo; eventualmente a fúria se desvanecerá e uma nova emoção surgirá.

Muitas pessoas orientam-se no mundo através de respostas emocionais: uma abundância de boas emoções e satisfação emocional passam a ser o critério para uma vida bem sucedida. Contudo, as emoções apresentam problemas para o ego (que representa a personalidade). Quando as emoções passam a ser intensas, neutralizam conceitos intelectuais. De fato, comummente emoções com carga negativa como auto-comiseração, medo, ansiedade, assim com humores como depressão, tendem a inibir a capacidade racional - em particular, a ansiedade intensa parece produzir um nevoeiro mental, tornando-se impossível de estudar.

Perceber a natureza das emoções tem profundas implicações na psicoterapia. Neste conjunto de três artigos, apresento as minhas idéias sobre emoção. No conjunto seguinte de cinco artigos em fase de acabamento, foco-me na relevância da psicoterapia e no desenvolvimento da auto-consciência.

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