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A GLOBALIZAÇÃO


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2.    
A GLOBALIZAÇÃO



?Por mares nunca dantes navegados/...Em perigos e guerra esforçados, mais do que prometia a força humana/ E entre gente remota edificaram/ Novo reino, que tanto sublimaram? (Luís de Camões -Os Lusíadas, Canto I, 1572).


O fenômeno da globalização não é recente. E também não há consenso do que seja a globalização e quando esta realmente começou. Alguns autores apontam até que ela é inerente à evolução humana, ou seja, desde que o homem surgiu na terra procurou globalizar-se por esta. Mas, a questão como trataremos aqui, da globalização entendida como um processo de aceleração dos ritmos dos fluxos de informação e da integração dos processos econômicos e culturais podem ser datados a partir de alguns acontecimentos históricos mais recentes.  Existem, alguns apontamentos e discussões que defendem que a globalização teve seu início e começou a desenvolver-se de fato, com a empreitada européia das grandes navegações9 em direção aos outros continentes. Outros defendem que começou ainda antes com a expansão do Império Romano por Alexandre, o Grande. É evidente que; não existe uma definição precisa, única e universalmente aceita para o que significa o conceito de globalização e, tão pouco, o lugar e a data do seu nascimento. A popularização do termo globalização se deu a partir dos anos 80, e logo passou a ser associado aos aspectos financeiros e cambiais inerentes a esse processo. Mas, devemos ressaltar que; esse fenômeno, não se restringe apenas às transações comerciais e econômicas. Mesmo sendo esses aspectos os principais focos do processo de globalização. Porém, o fato é que, além das relações econômicas, esse processo envolve as demais áreas que integram as sociedades, como os âmbitos cultural, social e político. Conforme escreve Nestor Garcia Canclini ?a globalização denota a escala crescente, a magnitude progressiva, a aceleração e o aprofundamento do impacto dos fluxos e padrões inter-regionais de interação social?. A partir disso, todas as esferas da sociedade passam a sofrer influencias oriundas desse processo, integrando aspectos que não possuíam na sua gênese. E, com isso, as identidades são, portanto, afetadas. Ao falar do significado do conceito de globalização, o pensador Zygmunt Bauman vai um pouco mais longe, ao afirmar que: ?O significado mais profundo transmitido pela idéia da globalização é o do caráter indeterminado, indisciplinado e de autopropulsão dos assuntos mundiais; a ausência de um centro, de um painel de controle, de uma comissão diretora, de um gabinete administrativo. A globalização é a ?nova desordem mundial?. Para Jurandir Freire Costa: ?Os críticos da modernidade sustentam que o processo de globalização econômica enfraqueceu as tradicionais instâncias doadoras de identidade, como a família, a religião, o trabalho, a idéia do Bem comum etc.? Talvez seja pelo fato de ter levado em tamanha consideração o enfraquecimento dessas instâncias apontadas por Jurandir Freire Costa foi que Bauman descreveu o significado da globalização de certa maneira, catastrófico, no que tange a questão da ordenação e de um terreno com valores sólidos e identidades fixas. Já outro autor, estudioso dos estudos culturais, o jamaicano Stuart Hall, tem uma outra visão sobre o impacto da globalização nas identidades. Ele aponta para a possibilidade da globalização produzir, simultaneamente, novas formas de identificações globais quanto locais. A articulação dos diferentes elementos, segundo Hall, possui também características positivas uma vez que ao desarticular as identidades estáveis do passado abre a possibilidade para a "criação de novas identidades" e a produção de novos sujeitos. Um fator que marca bastante a globalização na atualidade e que deve ser levado em consideração é a lógica da expansão dos mercados e o consumo globalizado. Esse fator caracteriza-se pela expansão mundial das grandes corporações internacionais. Essas corporações exercem um papel decisivo na economia mundial. O principal foco é a conquista de consumidores e, consequentemente, o acúmulo de capital. Nessa era de globalização dos negócios, todos os indivíduos, de alguma maneira são afetados. Para Jurandir Freire Costa: ?A primeira lição do novo mundo dos negócios é o desapego às pessoas, lugares geográficos, tradições étnicas, religiosas ou políticas, e, enfim, a própria história pessoal. A identidade do indivíduo configurada pelo mapa do mercado é a do ?desenraizado??. A questão da lógica do mercado e do consumo, merecem uma reflexão mais acurada para entendermos em que consiste a idéia de consumo e sua relação com as identidades que, como analisa Stuart Hall; tornam se deslocadas das estruturas tradicionais que davam sustentação a modernidade. As próprias identidades nacionais são, segundo Hall, ?atravessadas por profundas divisões e diferenças internas, sendo ?unificadas? apenas através do exercício de diferentes formas de poder cultural?. De forma geral, as identidades pós-modernas tornam-se ?descentradas?. Como mostramos ao longo do texto, supõe-se que tais mudanças teriam sido  ocasionadas na contemporaneidade, principalmente pelo processo de globalização a qual, veio acompanhada da abertura de mercados e da expansão do consumo. Passamos à este na discussão do próximo item.




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