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Reminiscências Culturais dos Aceiros_parte III


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2. Desenvolvimento
2.1. Santo Amaro

?O homem pode vencer o homem, mas não a máquina. É isto o que vai acontecer. Desde o advento dos engenhos a vapor o que passa na planície nada mais do que a luta da enxada contra o maquinismo, do dono da engenhoca e deste contra o usineiro. E afinal, de toda a massa de lavradores proletarizados contra uma das dezenas de grandes fábricas atuais em mãos de chegadiços e alheios às tradições da vida regional?.


?A Planície do Solar e da Senzala?, Arquivo Público do Rio de Janeiro, 2ª Edição, 1996.

Este trecho escrito por Alberto Lamego retrata, com exatidão, o que aconteceu na Baixada Campista. De acordo com ele, o progresso contribuiu para apagar da memória as formas antigas de convívio social. Mas a tradição familiar está presente, ainda, nos poucos nativos que se encontram na região.
O distrito de Santo Amaro comporta a mais importante cultuada ?Festa de Santo Amaro?, realizada, anualmente, no dia 15 de janeiro. As festividades atraem milhares de romeiros vindos de toda região. São 246 anos só de festas e os campistas, principalmente os que moram em Santo Amaro, os ?santamareiros?, sentem orgulho das tradições: manter os detalhes das programações religiosas, receber os devotos, os pagadores de promessas como a reafirmação da devoção ao padroeiro.
Poucos são os escritos contando retalhos dessa história, abrindo janelas por onde se pode buscar, através de registro, tudo o que vem acontecendo no avir dos tempos. Os atuais moradores não conseguem com exatidão relembrar as datas e nomes que marcaram o lugar. A escritora Delma Pessanha Neves (?Baixada Campista?, Damadá, Itaperuna), escreveu um trabalho monográfico sobre o assunto, no qual algumas referências de fatos que marcaram a época orientam sobre as origens do lugar. Ela cita (p.12):


?Os antigos da cidade contam que a primeira capela do povoado foi construída por desejo de Santo Amaro. Segundo eles, a imagem do santo estava na igreja do Mosteiro, localizada no povoado de São Bento. Conta a lenda que um dia ele desapareceu do altar. Após muitas buscas, foi localizada num montículo de terra, onde depois foi erguida a capela em homenagem ao Santo. Os padres retornaram com a imagem para São Bento, mas outros desaparecimentos ocorreram e em todos às vezes a imagem foi localizada no mesmo lugar. Em virtude desse fato, foi construída a capela para abrigar a imagem de Santo Amaro?
.
Segundo documentações encontradas no mosteiro de São Bento, a primeira capela erguida no povoado foi em 1735. A reconstrução aconteceu 60 anos depois, entre 1795 e 1798. Só na primeira metade deste século é que ela foi remodelada, recebendo as duas torres.
De acordo com Delma (apud Construtores e Artistas do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro), a imagem que está presente, ainda hoje, na igreja é a de 1790. Essa imagem é uma das mais antigas que a ordem recebeu. Ele permaneceu no Rio até 1789, quando foi transferida para o arraial de Santo Amaro.
Dentre os documentos antigos que narram os festejos, há uma publicação do jornal ?Monitor Campista?, fazendo convite à população para a festa do ano de 1865. O texto é o seguinte:


?Os festeiros do Glorioso Santo Amaro, Sebastião Ferreira de Souza, José Francisco Barbosa e Belarmino da Rocha fazem ver ao respeitável público e aos devotos do Glorioso Santo Amaro (sic) que no dia 14 e 15 corrente, celebrarão a festa do mesmo santo, na capela de Santo Amaro. Havendo na véspera cavalhada, à (sic) uma hora da tarde, e à noite sermão e fogos de artifícios, e no dia 15 missa cantada e sermão. A festa de sábado é feita toda pelo Sr. José Francisco Barbosa?.

Os nomes que encabeçam o convite são dos festeiros e juízes responsáveis pe


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