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O desenvolvimentismo e a Teoria da Cepal: auge e crise


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A CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina, criada em 1948 por economistas, políticos e sociólogos latino-americanos, caracteriza-se por ter desenvolvido os fundamentos teóricos da ideologia desenvolvimentista, que via na industrialização, única forma de libertação dos países subdesenvolvidos, da sua situação de pobreza e dependência externa. Assim, a industrialização é vista como caminho para o desenvolvimento.



A Teoria da CEPAL acerca do desenvolvimento dos países periféricos

A Teoria Cepalina visa explicar o atraso da América Latina ( periferia), em relação aos países desenvolvidos (centrais), e encontrar as formas de superá-lo.

Enfoques

1
as pecualiaridades da estrutura sócio-econômica dos países latino-americanos, enfatizando os entraves ao desenvolvimento econômico (industrialização), contrastado com o dinamismo das estruturas dos centros avançados.

2 análise das relações comerciais entre o centro e a periferia, que ao invés de reduzir a distância econômica, acentuava as disparidades entre eles.

3 segundo os cepalinos, caberia ao Estado a função de impulsionar e administrar a redução do atraso econômico dos países subdesenvolvidos em relação aos desenvolvidos, através do processo de industrialização.

A relação centro-periferia

Para a CEPAL, os países centrais são aqueles onde o progresso técnico avançou rapidamente, industrializando-se e desenvolvendo-se, correspondendo assim, ao centro dinâmico da economia capitalista, conquistando a primazia nas técnicas capitalistas de produção, tendo desenvolvimento mais rápido e homogêneo, com elevações de produtividade em todos os setores, devido ao dinamismo das estruturas dos centros mais avançados, com produção diversificada. O processo de industrialização do centro , teve como peso forte o fato de que os padrões de demanda se desenvolveram conjuntamente com o progresso técnico e com a expansão da riqueza. A formação da renda nacional e o crescimento econômico dos países centrais não tinham como única responsável as exportações, como acontecia nos países periféricos. Havia o investimento autônomo acompanhado de inovações tecnológicas. As importações feitas pelo centro eram apenas de atendimento às necessidades de matérias-primas e alimentos. Já na economias periféricas, a produção permaneceu atrasada em termos organizacional e tecnológico, com predominância do setor agrícola exportador. O crescimento era voltado para o mercado externo, sendo quase todo (escasso) progresso técnico destinado a este setor propiciando elevações em seu nível de produtividade. Assim, o setor exportador tornara-se o centro dinâmico da economia dos países periféricos, sendo praticamente o único componente autônomo do crescimento da renda. Pode-se dizer que não havia diversificação da produção, pois apenas um ou dois produtos primários eram exportados. Em conseqüência, surgiu um processo de urbanização mais ou menos intenso ao longo do qual iam estabelecendo as chamadas indústrias de bens de consumo interno (calçados, tecidos, vestuários, móveis, etc), não sendo suficientes para gerar na atividade interna um dinamismo próprio e, dessa forma ficava o crescimento econômico da periferia, dependente do comportamento da demanda externa por produtos primários. O padrão de consumo dos periféricos era independente em relação ao sistema produtivo, uma vez que os bens de consumo modernos eram importados através dos ganhos com o setor exportador. Importava-se também recursos técnicos e bens de capital necessários ao funcionamento das indústrias que estavam surgindo. Em síntese, as relações comerciais entre centro e periferia, eram de que ambos procurassem suprir suas necessidades. Do centro vinham os bens industrializados e capitais de empréstimos. Do periférico, saíam produtos primários e alimentos. Isso é o princípio da divisão internacional do trabalho.

A Deteriorização dos Termos de Intercâmbio

Segundo a Lei das Vantagens Comparativas de David Ricardo, os países atrasados seriam beneficiados em suas relações comerciais com países mais adiantados tecnicamente. Segundo Ricardo, cada país deveria especializar-se nas atividades em que poderia obter maiores benefícios, onde seus custos de produção fossem menores do que os de seus parceiros comerciais. Isso levaria a absorverem todo o diferencial de produtividade entre ambos. Cabe aqui dizer que a Lei das Vantagens Comparativas, bem como seus pressupostos em teoria, se verifica somente se o comércio for realizado entre países com grau semelhante de desenvolvimento, como é o caso neste estudo. Os mais desenvolvidos levarão vantagens, o que seria resultante das grandes diferenças entre os níveis de desenvolvimento das forças produtivas que deveriam gerar preços menores para os produtos fabricados pelos mais desenvolvidos, em conseqüência de seu nível de produtividade ser mais elevado. Porém, acontece o contrário: os preços tendem a crescer, e os mais adiantados tendem impôr aos menos adiantados os seus termos de intercâmbio, pois enquanto a discrepância entre os níveis de produtividade cresce, os bens gerados pelas economias centrais se tornam mais caros e mais competitivos do que os produtos fabricados pelas economias periféricas. Dessa maneira as economias periféricas teriam que desembolsar quantia cada vez maior de produtos primários, às economias centrais. Segundo a Teoria Cepalina, a divisão internacional do trabalho, provoca uma disparidade crescente entre países centrais e periféricos, sugerindo aos últimos uma industrialização planejada, pois assim tenderia ocorrer uma redução em suas relações comerciais com os países centrais, o que acabaria por viabilizar seus processos de desenvolvimento.

A Ação Intervencionista do Estado

Os cepalinos constataram que o modelo primário-exportador não representava uma oportunidade viável de desenvolvimento para a América Latina, concluindo que se fazia necessária a criação de um novo modelo, via processo de industrialização. Para abandonar a condição de subdesenvolvida, caberia à periferia : uma mudança em sua estrutura interna, abandonando suas características onde predominam a produção agrícola com vistas ao mercado externo, e em segundo lugar, alterar suas relações comerciais com o centro.

Segundo a Teoria da CEPAL, o modelo não poderia ser mudado simplesmente pela ação do mercado, pois se assim fosse as economias periféricas nunca deixariam sua condição de subdesenvolvidas.



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