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Max Stirner: O Único e Sua Propriedade


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Qual o papel da filosofia? O pior homem é o que pensa que não tem filosofia, ou que a confunde com o pragmatismo diário de uma vida sem sentido violada que está. A maior indecência é a praticada consigo mesmo; tudo o mais é conseqüência. O que mente para si mesmo abre vácuos abismais em seu ser que qualquer parca estupidez e palavreado pomposo lhe corrompe e o avilta para sempre, como uma droga ou um vírus que lhe suga a mente. A filosofia sem prática é inócua; a prática da vida sem filosofia é desumana! Usando-se a filosofia pode-se almejar ?suspender o real? para fora e para além das categorias e conceitos entronizados. É claro que ela pode igualmente ser usada pelos servos da escuridão para instaurar e sempre renovar ardilosamente a servidão ao arbítrio do poder dos que se acham superiores ? estão, eventualmente, superiores, mas não passam de pífias sombras da noite. Mas para muitos, a filosofia é instrumento a quebrar espelhos, a destruir imagens e formatar vórtices que levam certos espíritos verdadeiramente poderosos e humanos a escolherem afinal o ?bem?, em si, para si, sem impedir que todos assim possam estoicamente trilhar seu caminho de luz nesta existência. Estes fazem da filosofia a força vital para que sua ?vontade de potência?, afinal, possa alcançar os frutos de querer viver agora o que o poder do universo reservou para cada um. Isto, obviamente, pela filosofia que envolve a motivação deste trabalho, não pode prescindir de ?máximas morais? que dignifiquem o ?vir a ser? de cada Ser e coisa vivente.

No fundo, como Bragança de Miranda concluí (2004:305), o anarquismo é uma ?ciência da vida? preocupada em fugir do governo, mas não se refugia simplesmente em desconstruir as ilusões da filosofia; o que está em causa é o gozo da vida já pelo desvelar da ?aparente densidade dos objetos e das coisas?. O importante é que a antifilosofia apregoada por Stirner não é exatamente o fim dela, mas ?usar seus conceitos filosóficos para os suspender? (2004: 312) e recriar algo que valorize obstinadamente a existência e sua natureza. Eis o que Proudhon escreveu em 1840: ?Buscamos a análise daqueles elementos que são verdadeiros, e estão em harmonia coma as leis da natureza e da sociedade, sem considerar o resto. O resultado mostra uma expressão adequada da forma natural da sociedade humana, isto é, a liberdade? (1981:63).

O fato é que todos temos a noção de que sem delitos não há Estado. Assim, por dois motivos podemos ter em conta o indivíduo anárquico como um homem decente em potencial: 1. o Estado, o sistema de direito e a sociedade de forma geral, são compostos por uma legião de patifes, uma multidão de falsários e mentirosos, ladrões e assassinos de toda espécie, corruptos e prevaricadores, parasitas da vida boa e vampiros da liberdade, e isto pouco ou nada tem a ver com a pobreza, a não ser aquela que importa, a pobreza de espírito ? o Estado e a juridicidade precisa dessa escória; 2. logo, não cometendo atos tais ou participando desta sujeira político-jurídica, enfraquece-se o Estado e fortalece-se o direito subjetivo com lastros fortes no direito natural. Existe uma moral aqui, claramente. E envolve um conjunto maior de indivíduos! Nas palavras de Stirner: ?Estou eu então a recusar tudo aquilo que o liberalismo conquistou com todo seu esforço? Longe de mim querer que alguma coisa conquistada se perca de novo! Eu apenas volto a olhar para mim próprio, depois de o liberalismo ter libertado o homem, para me dizer francamente: Aquilo que o homem parece ter conquistado, foi de fato uma conquista só para mim? (2004:117). Quer isto dizer que Stirner e mesmo as correntes anarquistas menos "individualistas? estejam a defender o liberalismo? Não, logicamente.

Apenas a história não volta atrás (materialismo histórico dialético). Viver como Um único deve ser possível no Estado de direito, pois é a partir daí que estão concretamente dadas as possibilidades de ir adiante, de olhar ?atrás do


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