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Crianças em meio a guerra


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Sobrevivente da devastadora guerra africana no Sudão, Emmanuel Jal hoje é um vitorioso. Seu livro "War Child" descreve com detalhes a frieza da guerra civil que devastou a região entre o norte e o sul do Sudão. Jal conta como cresceu em meio a guerra na década de 80 e costuma dizer: "Havia paz no Sudão nos primeiros anos de minha vida, só que não consigo me lembrar." Esta é apenas uma amostra do que nos leva a percorrer as páginas de um texto vigoroso com nuances de terror na geopolítica da guerra. Jal tinha apenas 7 anos quando a guerra começou em seu país, com estações bem definidas, inclusive a da fome. A história começa com sua familia se mudando para o sul em caminhões de uma área controlada por 'árabes africanos' para uma outra de 'africanos puros'. Os africanos puros começam a se revoltar, mas os árabes querem que eles continuem como seus escravos. Depois de uma batalha os árabes acabam roubando o que restou de alimento da família de Emmanuel Jal. Numa das cenas os árabes batem em um tio do garoto e então ele se joga no chão e morde o tornozelo de um dos homens. Esta é uma das cenas violentas da história onde o narrador diz que o tempo voa: "escorrendo pelos dedos quando olho para traz". É aí que Emmanuel deixa de lado a inocência e começa a alimentar um ódio pelos árabes, o que vai moldar seu comportamento ao longo da história, na maioria das vezes com consequências trágicas. Depois que ele testemunha o estupro de uma tia e é separado de sua mãe para sempre, ele e outras crianças são transportados em caminhões e imaginam estar indo para a Etiópia para estudar. No entanto, entregam-lhes armas para se tornarem soldados junto a rebelião dos sulistas.

A história vai se desenrolando e acaba por desmistificar a ajuda humanitária dos ocidentais, que nunca estão presentes nos conflitos, apenas quando há filas de distribuição de alimentos e nos hospitais.

Na verdade quem controlava o acampamento era o Exército para a Libertação do Povo Sudanês.

Em muitos momentos do livro, com a co-autoria de Megan Lloyd Davies, o autor admite espaço para a reflexão sobre medo e ódio. O texto mostra com clareza as experiências de terror do garoto, que ainda adolescente foi resgatado, imigrando em seguida para a Inglaterra.

Hoje Jal é um músico bem sucedido, à la Peter Gabriel, fazendo shows pelo mundo todo. Jal ainda se diz um soldado que luta com papel e caneta pela paz até o dia de sua morte.


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