Alimentação

Comer é um compromisso biológico, a gastronomia nada tem a ver com essa obrigação. Comer é um ato primitivo, reacional, tão óbvio quanto encher um tanque de um automóvel. 60% dos habitantes do planeta, porém, atravessam períodos extensos de fome por falta de alimentação ao seu alcance. Pouca gente sabe que um abacaxi não amadurece mais depois de colhido e que 24 horas de geladeira a um pe de alface, perde praticamente todos os seus nutrientes, ou ainda, que um filé bem passado não ostenta 10% das proteínas e sais minerais da mesma carne antes do ponto.

Há cerca de 5 ou 6 milhões de anos, o Australopitecus, bisavô do Homo Sapiens, se alimentava com sabedoria. Por volta de 10 mil anos atrás, o homem adotou na alimentação o sedentarismo e a agricultura. Nos primeiros 8 mil anos de agricultura, a população do globo cresceu de 10 até 300 milhões de pessoas, enquanto isso, os caçadores e coletores diminuíram. Há 200 anos representavam 10% da humanidade, hoje se limitam a 0,008%, ou menos de 300 mil pessoas escondidas em rincões inacessíveis. Peixes parecem ser uma luz no fim do túnel, porém, no Brasil o túnel parece comprido em demasia. A falta elementar de higiene e saneamento em países pobres é a causa direta dos índices absurdos de mortalidade infantil. No Brasil, estatísticas governamentais pouco confiáveis afirmam que temos uma cota de 40 milhões de subnutridos, mas conta com o maior rebanho bovino útil do mundo, em torno de 200 mil cabeças, o suficiente. A questão não está na falta de recursos, mas na sua justa distribuição. Temos a maior bacia hidrográfica do mundo, onde os peixes podem ser grande alternativa futura.  

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