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Bem me Quer, Mal me Quer


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Mulheres apaixonadas. Trabalhando como garçonete para financiar o curso de artes plásticas, a jovem Angélique é apaixonada pelo vizinho da casa à qual foi contratada para tomar conta, enquanto os donos viajam. Loïc Le Garrec, o vizinho, é um cardiologista bem casado, e a gravidez da esposa é vista como mais um impedimento para o obsessivo amor de Angélique, cujo comportamento se tornará cada vez mais bizarro à medida que os desencontros se sucedem.

Escrito com a pretensão de surpreender quem assiste e exibir a genialidade de quem escreve, o roteiro de Bem me Quer, Mal me Quer (" À la Folie... Pas du Tout" ,
França, 2002) de fato revela que seus autores dedicaram-se com afinco a conceber todos os detalhes que nos são omitidos ou sugeridos na primeira metade do filme, para serem explicados na parte posterior, em que a narrativa retorna sob outro ponto de vista. Tudo se torna, então, um quebra-cabeças onde vão se encaixando as peças que faltam para ver a imagem completa.

Deve-se, no entanto, deixar claro: é um quebra-cabeças de poucas peças. Entusiasmada com a idéia tinha em mãos, a diretora e co-autora Laetitia Colombani deu-se por satisfeita e tocou o filme. Chamou a atriz mais adequada para fazer Angélique (a esquisitinha Audrey Tatou, de O Fabuloso Destino de Amélie Poulan), meteu na narrativa alguns cacoetes moderninhos e televisivos, como a câmera rápida e os "fade ins" e "fade outs" (efeitos em que as figuras vão aparecendo ou desaparecendo), e decorou tudo como se a ação transcorresse num quarto de bebê, de tão combinados estão os elementos de cada cenário.

A surpresa em ver que não se trata de uma obra explorando a vida da "outra" num relacionamento amoroso, mas de uma abordagem original de uma psicopatologia, não é sustentada porque falta aquilo que seria essencial para que Bem me Quer... funcionasse: a emoção. Na busca quase desesperada em impor um estilo, Laetitia Colombani realizou um filme frio, sem dar a seus personagens a atenção que eles mereciam. Não há dramaticidade, os diálogos são todos superficiais e as seqüências rápidas buscam uma economia e objetividade tão excessivas que se tornam prejudiciais ao desenrolar da história.

Para chegar aonde pretende, o roteiro toma atalhos perigosos e comete desleixos como não dar vida aos personagens secundários (os amigos de Angélique e a esposa de Loïc estão ali apenas para executar rigorosamente suas funções; não faria diferença se fossem substituídos por chimpanzés amestrados do circo); recorrer a imagens óbvias (como a do bonsai que se deteriora) para ilustrar o estado da protagonista; e, principalmente, forçar a barra em ocasiões como o encontro final entre Angélique e Loïc (ele jamais viraria as costas como fez). Verdade que muitas das coincidências funcionam e são de uma deliciosa ironia, mas esta mesma ironia fracassa no final alegrinho e previsível. Destaque para a trilha sonora.


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