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Bonnie and Clyde


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Bonnie Parker (Faye Dunaway) era uma descontente empregada de cafetaria, desejosa de experimentar emoções novas que a sua pacata cidade não podia oferecer. Um dia, enquanto se esforçava no convívio habitual com o tédio, espreitou pela janela e viu aquilo que parecia ser o pretexto ideal para anular aquele marasmo. O nome dele era Clyde Barrow (Warren Beatty), um jovem a gozar os primeiros dias de liberdade após ter cumprido uma pena por assalto à mão-armada. A sua atitude manifestava um interesse muito suspeito no carro da mãe de Bonnie. Com um mal dissimulado ar de irritação, a rapariga repreende o ?rapaz? com palavras que mais pareciam um convite para ele avançar. Encetando a conversação, os dois dirigem-se para o centro da cidade, como dois miúdos incapazes de ocultar um interesse mútuo. Clyde conta-lhe a sua história de ?crime? com o entusiasmo infantil de quem quer impressionar. Esta ouve mas não parece convencida. O revólver é exibido como testemunha abonatória daquilo que dissera. Ela duvida da sua coragem para o utilizar. Mais uma vez, instigado pela desconfiança de Bonnie, Clyde assalta uma mercearia. Consumado o delito, a dupla Bonnie e Clyde dava assim o primeiro passo, ainda incipiente, no mundo do crime.

Abraçado um estilo de vida, faltava especificar a vocação. Estamos nos Estados Unidos da América, algures perdidos entre os anos 30 do século XX, uma fase de forte depressão que conduziu sistematicamente os pequenos fazendeiros à miséria (recordemos o retrato que John Ford nos deu sobre este período em ?As vinhas da ira?). O encontro com uma dessas famílias pobres, recentemente expropriada das suas terras por um banco zeloso dos seus direitos e insensível ao drama humano, vai despertar-lhes a inclinação pelos bancos (?Assaltamos bancos? ? passou a ser o cartão de visita).

Tal como Robin dos Bosques, também aqui os mais oprimidos vão recebê- los como heróis, admirá-los por ousarem desafiar a prepotência dos poderosos. A dupla vai crescer com o recrutamento de novos membros. Primeiro, o distraído C. W. Moss, personagem extremamente divertida na sua espontaneidade comprometedora de actuar. Depois foi a vez do casal Buck Barrows (Gene Hackman) e Blanche ? o irmão de Clyde e a sua mulher, a histérica filha de um pregador. O ?Bando Barrow? tornou-se o nome de baptismo deste extravagante grupo de gangsters.
Os assaltos sucederam-se beneficiando a fama do grupo. Depressa os seus feitos correram mais do que eles, acabando por os fortalecer e mistificar. A habilidade de fugirem impunemente às forças da lei enraizou-se no imaginário colectivo dos americanos, que os passou a encarar como entidades intangíveis ou imortais. Mas o cerco policial começou a ficar demasiado apertado para tolerar as falhas de um demasiado descontraído C. W. Moss. Numa dessas ocasiões, a polícia descobre o local onde o grupo está escondido e investe. Na fuga empreendida, Buck é ferido mortalmente e Blanche ferida numa vista. Os outros três escapam vivos mas não ilesos ? Bonnie e Clyde são alvejados, ficando à mercê da inteligência de C. W. Moss. A solução por este encontrada foi o regresso à casa paterna acompanhado pelas duas figuras mais faladas do momento. A guarida aos agonizantes é facultada pelo pai de Moss, que os acolhe e disponibiliza os meios de camuflagem necessários para um restabelecimento tranquilo. Entretanto, Blanche, privada da visão, comete um lapso fatal ao revelar o verdadeiro nome de Moss ao xerife (Moss era o único membro do grupo cuja identidade se desconhecia, o que muito o decepcionava). O xerife, velho ?amigo? com contas para ajustar, monta uma cilada com a conivência do pai de Moss. Numa estrada deserta, uma carrinha em apuros obriga-os a parar. Clyde sai mas descobre tarde o que se avizinhava. Antes de ouvir o trovejar das armas, vira-se para Bonnie e estende-lhes os braços. A brincadeira deles tinha terminado; os olhares encontraram-se pela última vez, antes de ser a vida a vê-los partir?

Bonnie e Clyde é um filme que foge um pouco ao convencional filme de gangsters. Combina vários registos sem que isso desvirtue o seu objectivo final. Aqui podemos encontrar humor, melodrama, uma história de violência na linha de outros filmes do género e uma história de amor. O filme funciona ainda como um comentário social sobre uma época.
Bonnie e Clyde é a aventura de duas crianças habituadas a brincar com a seriedade da vida, sem pensarem nos riscos dos seus actos, e é sob os seus olhos alucinantes que Arthur Penn (realizador) conduz este filme. E que grande filme que é?


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