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Tropa de Elite


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O Brasil sob pena de morte - O filme Tropa de Elite, taxado por muitos como fascista, na verdade pode ser considerado genial. Se não, vejamos. O enredo conta a história de um traficante em um morro do Rio de Janeiro, que por desenrolares da trama acaba matando um policial da tropa de elite da polícia fluminense. Companheiros do colega morto sobem o morro. Várias torturas e mortes (de suspeitos e civis que nada têm a ver com o caso) depois, encontram o assassino, e o liquidam.
No entanto, enquanto aparentemente mostra o bom-mocismo da tropa de elite, o diretor José Padilha revela todos os podres da polícia fluminense, nem mais nem menos do que a de resto no país. Os críticos engajados acusaram o diretor de fascista. Não entendi. Ele expôs cruamente e ao mundo todo a corrupção dentro da polícia brasileira, a tortura durante os treinamentos das tropas de elite, a matança indiscriminada de civis e suspeitos nos morros de um país que não tem pena e, supostamente, nem a de morte, a corrupção, o crime oficializado, a proposital mediocridade das autoridades... Quem é fascista?
Façamos, então, uma comparação. Cada vez que o competente repórter Caco Barcellos lança um livro-denúncia (Rota 66, a história da polícia que mata), indo direto aos mesmos temas abordados por José Padilha, o jornalista tem que se esconder, fugindo das ameaças dos denunciados, sempre dos mesmos órgãos de segurança do país. Após a prolongada e disseminada exibição do filme, José Padilha teve que se esconder, passar uma temporada fora do país? Claro que não, pois foi tão sutil na sua denúncia, que sob a ótica do inculto povo brasileiro, incluindo-se aí a polícia e as autoridades (!?), o herói da história é o Capitão Nascimento.
Em uma leitura superficial, Capitão Nascimento, responsável pela Tropa de Elite, é incensado, alçado ao status de herói, defendendo frágeis valores de uma massa ignara e indefesa. Uma observação mais aprofundada, nem tanto intelectualizada, mostra que Tropa de Elite, na verdade, é um filme de anti-heróis, cada qual dando um jeito no que não tem jeito para suportar um país cada vez mais perverso.
O filme mostra povos do morro e do asfalto, polícia, traficantes, e nós, que o assistimos. Se a vida vale nada no morro, vale nada em qualquer lugar do país, evidencia José Padilha. Amanhã ou depois, a bala perdida, a tortura, o estupro, o terrorismo de Estado podem levar a sua, a minha, a nossa alma. E pouca gente se dá conta disso. Se a vida vale nada em qualquer recanto brasileiro, e Tropa de Elite mostra muito bem isso, então nascer, estudar, trabalhar, pagar impostos, ter filhos, apostar, sonhar, não vale a pena. Logo, no Brasil, se vive sob pena de morte.


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