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A primeira revolução industrial


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A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A visão mercantilista privilegiando o comércio externo em detrimento do comércio interno é contestada por Smith: a riqueza de uma nação nada mais era do que um conjunto de provisões e capacidades produtivas necessárias à satisfação das necessidades humanas. Os ganhos de produtividade decorrentes da divisão do trabalho podem ser atribuídos aos seguintes fatores: a) maior destreza do trabalhador na realização de suas tarefas; b) redução dos tempos mortos; c) maior possibilidade de invenção de máquinas e mecanismos facilitadores do trabalho.
Indivíduos são direcionados a se especializarem em um único tipo de trabalho de forma a aumentar seu excedente e com isso obter cada vez mais dos produtos que sejam necessários. Através de recursos financeiros as pessoas poupam parte dos frutos do trabalho e os transformam em capital de forma a comprar o trabalho de outras pessoas. Logo, essas pessoas, agora capitalistas e movidas egoísticamente por interesses próprios, aceleram a divisão/mecanização do trabalho e ampliam seus lucros.
A dinâmica de acumulação de capital se caracteriza pelo fato de que quanto maior o volume de capital, maior a capacidade de divisão e mecanização do trabalho, gerando maiores lucros, maior capital e assim sucessivamente. A única limitação para a divisão do trabalho seria a dimensão do mercado. É interessante observar a questão salarial, onde

...o aumento dos salários tende a aumentar as forças produtivas do trabalho e fazer com que uma quantidade menor de mão-de-obra produza uma quantidade maior de produto. Haverá muitas mercadorias que podem ser produzidas por um número tão reduzido de trabalhadores, que o aumento do preço deles é mais do que compensado pela diminuição de sua quantidade.
A Mecanização a Vapor
A primeira revolução industrial se caracterizou pelo avanço da mecanização, ainda que a divisão de trabalho tenha um papel de suma importância. Significa dizer que não se trata de dividir o trabalho até a mecanização, mas sim de substituir métodos artesanais por mecanizados, concomitantemente ao desenvolvimento dos mesmos: a divisão do trabalho passa a ser determinada pela própria mecanização. Com a mecanização a vapor, os empresários intensificavam seus ganhos de produtividade em relação a produção artesanal, que era possível negligenciar a organização do trabalho.
O avanço da mecanização se baseia no avanço tecnológico - mecânica e materiais - e nas possibilidades econômicas de sua realização, que decorrem dos avanços científicos e da dinâmica competitiva entre empresas. Na primeira revolução industrial os avanços, em sua maioria, originaram-se de descobertas e melhoramentos empíricos desenvolvidos por mecânicos, muitos deles empresários, com o objetivo de solucionar problemas específicos, além de buscar vantagens competitivas exclusivas:

... a evolução da tecnologia ocorre interativamente com a dinâmica competitiva das empresas, determinando a evolução da mecanização e da própria economia.
Ampliar a vantagem competitiva na primeira revolução industrial significava ampliar a produtividade dos recursos empregados. Mas com salários baixos não havia possibilidade de inovações de produto em termos de consumo popular e, por outro lado, as escalas mínimas da mecânica não facilitavam muito as coisas. Em face do exposto, ampliar a competitividade significava elevar a produtividade da energia, do trabalho e do capital de forma a reduzir o custo de produção. Assim sendo, a busca de ganhos de produtividade gera sistemas produtivos cada vez mais especializados, maiores e mais onerosos.
Em termos schumpeterianos, a busca do lucro gerava um tamanho de fábrica cada vez maior e como o crescimento de escalas indivisíveis estava interligado ao desenvolvimento de equipamentos maiores e mais delicados, os novos tamanhos mínimos eram também mais estanques. Logo, com o avanço da mecanização, a busca por ganhos de produtividade nas empresas torna-se um processo discreto, associado à realização de grandes e crescentes blocos de investimentos, inviabilizando expressivos ganhos de produtividade via ampliação ou transformação gradativa das capacidades existentes.
Enquanto a industria têxtil e a metalurgia caminham nesse sentido, outras industrias pararam no tempo, se expandindo apenas em função da demanda. Com a escassez e o encarecimento da mão-de-obra, essas industrias, e a própria agricultura, são levadas a ampliar a produtividade via mecanização crescente. Caso isso não ocorra, a dinâmica do crescimento levará a crescentes importações.
Com a natural elevação da competitividade internacional - oriunda da necessidade de fábricas com capacidades produtivas superiores à demanda local -, e objetivando a maximização do lucro, o empresário passa a exportar como forma de minimizar possível capacidade ociosa. Cabe salientar que toda essa dinâmica de desenvolvimento se esgotou por volta de 1850 decorrente da ocupação plena do potencial de consumo do sistema, criando o cenário para a segunda revolução industrial, que engendrará um novo ciclo de desenvolvimento econômico.


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