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A Segunda Revolução Industrial


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A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A partir do final do século XX, os ganhos de escala se potencializam devido ao crescimento da disponibilidade de aço, uma das marcas da segunda revolução industrial. No atual contexto, qualquer oscilação de demanda ou fluxo de matéria prima, que antes poderiam ser enfrentadas com modificações na mão-de-obra, transformam-se em graves entraves devido à mecanização intensiva. A alternativa para uma nova dinâmica de crescimento foi a integração vertical, através de processos de fusões e incorporações, que modificam profundamente a estrutura empresarial. Em todos os setores em que havia a possibilidade técnica de exploração de ganhos de escala, surgiram grandes empresas, verticalmente integradas em suas cadeias produtivas e operando nos grandes mercados nacionais. Para que o processo seja eficiente é preciso uma profissionalização na gestão empresarial pois é preciso assegurar além de um sistema de produção eficiente, também é preciso maximizar os resultados em termos de compras, distribuição e marketing, que extrapola em muito a capacidade gerencial e financeira do empresário. Logo, a verticalização exige uma complexa estrutura administrativa que marcará a segunda revolução industrial através da empresa de sociedade anônima, gerenciada por uma estrutura hierárquica de administradores profissionais assalariados. A estrutura administrativa passa a representar um elevado custo fixo e devido a atividades não mecanizáveis, essa estrutura se caracteriza pela baixa produtividade. Dessa forma, além de aumentar sua participação em termos de número de funcionários, a estrutura reduz os ganhos de produtividade de áreas operacionais. A maximização do lucro no curto prazo perde espaço para a maximização de lucros de longo prazo, através de uma expressiva reinversão de lucros de forma a garantir a ampliação da própria estrutura administrativa. Serão desenvolvidas novas oportunidades de investimento, criando novas demandas através de um marketing agressivo, bem como interiorizando a própria dinâmica de inovação através de laboratórios internos de P&D: cria-se uma organizada insatisfação em termos de se delinear um desejo para ser satisfeito. Alimenta-se na indústria a mística de lucratividade da ciência - onde empresas começam a financiar tanto a pesquisa básica como a aplicada. Ao contrário do empirismo tecnológico, totalmente dissociado da ciência, que caracteriza a primeira revolução industrial, a dinâmica tecnológica comandada pela grande empresa se associa com a ciência acarretando uma aceleração do processo de desenvolvimento científico e tecnológico. A nova hegemonia ficará a cargo dos EUA que, às vésperas da Primeira Grande Guerra detém 40% do PIB dos países desenvolvidos e passa a 50% ao final da Segunda Guerra. O sucesso foi atribuído a três fatores. O primeiro foi em função de uma estrutura maior de capital aberto de suas empresas, devido a serem retardatários na primeira revolução industrial. O segundo fator foi a aceleração do processo de verticalização devido à forte preocupação americana com o livre mercado e sua oposição a cartéis. O mais importante fator foi a grande adequação e aceitação da sociedade americana ao produto padronizado. Conforme caracterizado por Rosenberg: "...por todo um completo leque de produtos tem-se a evidência de que os consumidores britânicos impuseram seus gostos sobre os produtores, constrangendo-os seriamente com relação à exploração da tecnologia das máquinas. Observadores ingleses frequentemente notavam, com grande espanto, que os produtos americanos eram projetados para se adaptar, não ao consumidor, mas sim à máquina...". A Eletrificação da Sociedade A energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Motores e máquinas menores e toda a parafernália eletrônica subsequente permitiram o desenvolvimento de um grande número de utilidades domésticas, que seriam os bens de consumo duráveis que, juntamente com o automóvel, constituem os maiores símbolos da sociedade moderna. O desenvolvimento da indústria de utilidades domésticas ocorre como resposta natural à escassez e ao encarecimento da mão-de-obra de serviços domésticos. Ou seja, a mão-de-obra de baixa qualificação migra para a indústria e os salários dos serventes tendem a acompanhar os salários industriais. Com o crescimento do movimento feminista, vincula-se a ideia que as "donas de casa devem se libertar da escravidão do trabalho doméstico", o que intensifica a demanda por utilidades domésticas devido ao aumento da renda familiar. No contexto de se aumentar a produtividade do trabalho, surge o método de administração científica de Frederick W. Taylor, que se tornaria mundialmente conhecido como taylorismo: para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos ótimos de trabalho. A busca dos métodos ótimos, seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que transformavam-se em executores de tarefas pré-definidas. Uma segunda concepção teórica, conhecida como fordismo, acelera o conceito de produto único de forma a intensificar as possibilidades de economia de escala no processo de montagem e se obter preços mais baixos. Com seu tradicional exemplo do Ford T, ao se valer da moderna tecnologia eletromecânica, ele desenvolve peças intercambiáveis de alta precisão que elimina a necessidade de ajustamento e, consequentemente do próprio mecânico ajustador. Sem a necessidade de ajuste, a montagem pode ser taylorizada, levando a que mecânicos semi-qualificados se especializassem na montagem de pequenas partes.


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