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Experiência transgressora no cotidiano.


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Experiência transgressora no cotidiano.
- De acordo com M. de Certeau na 1ª parte de seu livro.

Frequentemente, nós, estudantes de artes plásticas, produzimos um trabalho prático a ser apresentado e defendido. Muitas vezes levamos esses trabalhos para as ruas, para lugares ditos não apropriados. Incluído em uma linguagem visual, e muitas vezes poética, o trabalho inevitavelmente traz consigo algo que está intimamente ligado ao artista que o produziu. Quando é aberto espaço para que os demais analisem e façam suas interpretações, consequentemente essa ligação entre o trabalho e o artista será levada em conta, isso quando quem está analisando já conhece outros trabalhos do artista. Isso nos remete ao pensamente de Wittgenstein, o qual diz que:
"Qualquer coisa só é levada em conta como linguagem por analogia ou comparação com o 'aparelho de nossa linguagem ordinária'." <1>
Entendo como aparelho de linguagem ordinária, tudo o que envolve a nossa linguagem cotidiana. Acontece que ao explicarmos o nosso trabalho, saímos dessa linguagem cotidiana, de forma quase que inevitável passamos alguns minutos a filosofar diante dele, indo de encontro oposto ao que Wittgenstein propõe, que é trazer de volta a linguagem de seu uso filosófico para seu uso ordinário, proibindo uma extrapolação metafísica.
Ao mesmo tempo, quando analisamos o trabalho, quase sempre fazemos referências com nosso dia-dia, e ao discursar, ainda que de forma mais culta, usamos de linguagem coloquial como uma forma de sermos melhor compreendidos, até mesmo porque, estamos envolvidos numa arte contemporânea. E isso a meu ver, de certa forma, acaba por dar razão ao pensamento de Wittgenstein.
Quanto às interpretações feitas sobre o trabalho, ela irá variar de acordo com o indivíduo, porque seu julgamento de mundo, ou de qualquer outra coisa inserida no mundo, está subordinado à cultura a que se está, ou foi inserido. O ser humano é produto de seu meio.
Wittgenstein diz que estamos dentro da linguagem, fazemos parte dela, e muitas vezes nos sentimos como estranhos dentro da própria casa. "E como ninguém 'sai' desta linguagem, nem pode encontrar outro lugar de onde interpretá-la, não há portanto interpretações falsa ou verdadeiras mas apenas interpretações ilusórias.? <2>
<1> Certeau, M. A Invenção do Cotidiano. Livro 1. Arte do fazer. Petrópolis. Pág: 68.

<2> Certeau, M. A Invenção do Cotidiano. Livro 1. Arte do fazer. Petrópolis. Pág: 73


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