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Hegel E MARX: UMA VISÃO DA CULTURA


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Qual a idéia de cultura nos séculos XIX e XX? Qual a Idéia de Ser Humano nos séculos XIX e XX ?

Antes de falarmos na idéia de cultura e seres humanos em dois séculos distintos, consideramos oportuno, situar a partir de que ponto de vista ou de abordagem teórica que estaremos expressando tais conceitos, a saber: Cultura e Humanos como a) dimensão histórica (Hegel e Marx) e b) com dimensão antropológica.

Assim, citando a professora Marilene Chauí, (in Convite à Filosofia - Unidade 8 -O mundo da prática - Capítulo 1 - A cultura - Natureza humana)

(..)?Foi Hegel e, depois dele, Marx que enfatizaram a Cultura como História.? Marx considerava a visão hegeliana idealista. ?(...)? O movimento da História-Cultura é realizado pela luta das classes sociais para vencer formas de exploração econômica, opressão social, dominação política. Despotismo asiático, modo de produção antigo (Grécia, Roma), modo de produção feudal (Idade Média), capitalismo comercial ou mercantil, capitalismo industrial são as maneiras pelas quais surgem e se organizam as formações sociais, internamente divididas por lutas, cujo fim dependerá da capacidade de organização política e de consciência da última classe social explorada (o proletariado, produzido pelo capitalismo industrial) para eliminar a desigualdade e injustiça históricas?.

A antropologia nos trás outra contribuição, ao buscar estabelecer o processo de ruptura e distinção entre homem e natureza. O momento em que o homem se distingue de outros animais tanto pela linguagem, como pelo conjunto simbólico de princípios de que definem de forma elementar uma noção ainda que primária de moral (o que pode e o que não pode, sob pena de sansões)

Ainda de acordo com Chauí (...)? Em sentido antropológico, não falamos em Cultura, no singular, mas em culturas, no plural, pois a lei, os valores, as crenças, as práticas e instituições variam de formação social para formação social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser temporal e histórica, passa por transformações culturais amplas e, sob esse aspecto, antropologia e História se completam, ainda que os ritmos temporais das várias sociedades não sejam os mesmos, algumas mudando mais lentamente e outras mais rapidamente. (...) Se, porém, reunirmos o sentido amplo e o sentido restrito, compreenderemos que a Cultura é a maneira pela qual os humanos se humanizam por meio de práticas que criam a existência social, econômica, política, religiosa, intelectual e artística.?

Desta forma é possível identificar em cada um dos séculos pesquisados fatores característicos presentes na evolução das forças sociais e econômicas.

O Século XIX foi o período das ciências positivas e generalização do do conceito de poder absoluto da ciência, como capaz de responder a todas questões. Foi o período do grande avanço da tecnologia, como recurso instrumental de inovação dos meios de produção. O capitalismo industrial se afirmara, produzindo uma nova revolução. O processo de urbanização avançava, caminhando para uma redução progressiva da importância econômica e cultural das regiões rurais. A Filosofia descobre a Cultura como o modo próprio e específico da existência dos seres humanos.

No entanto, no século XX, a Filosofia, afirmando que a História é descontínua, também afirma que não há a Cultura, mas culturas diferentes, e que a pluralidade de culturas e as diferenças entre elas não se devem à nação, pois a idéia de nação é uma criação cultural e não a causa das diferenças culturais.

Ao contrário do se predizia no século XIX, as conquistas culturais e científicas deste período não resultaram em um período de grande libertação: duas grandes guerras, o domínio do átomo e o genocídio da bomba atômica, o fortalecimento do individualismo, o surgimento das organizações capitalistas transnacionais e a dramática marginalização de dois terços da humanidade. É neste cenário que se forma o padrão cultural do século XX. E, se de um lado, ele é propício à disseminação dos pessimismos, por outro cresce um sentimento de que através da própria ruptura de um sistema econômico que, à medida que cresce, mais destrói se destrói. É neste estreito espaço que se constrói a utopia de uma nova civilização: a era da solidariedade como organização econômica, social e cultural.


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