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Kant


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A teoria moral
O estudo da moral constituiu sempre uma das principais preocupações da vida de Kant. Embora percorra quase toda a sua obra, há quatro onde a moral ocupa mais espaço: Crítica da Razão Prática, Estabelecimento da Metafísica dos Costumes e Crítica da Faculdade de Julgar e A Paz Perpétua e Outros Opúsculos. Quase todas as suas obras foram influenciadas pelas crenças pietistas que marcaram a educação de Kant. A fé no dever, o rigorismo moral, o culto da intenção moral e a convicção da superioridade da prática sobre a dogmática foram o ponto de partida da filosofia kantiana. O conceito de dever ocupa um lugar central na moral kantiana. O que é que o filósofo prussiano entende por dever? Na colectânea de escritos A Paz Perpétua e Outros Opúsculos, encontramos a seguinte definição: " o conceito de dever não precisa, para se fundar, de nenhum fim particular mas que, pelo contrário, suscita um outro fim para a vontade do homem, a saber: contribuir por todos os meios para o soberano bem possível no mundo ( a felicidade geral no universo, associada à mais pura moralidade e conforme com ela); o que, por estar sem dúvida em nosso poder de um lado, mas não dos dois, impõe à razão a fé num senhor moral do universo e numa vida futuro, do ponto de vista prático" (Kant, 1988, 62). Um pouco mais à frente, Kant dirá que o dever nada mais é do que a restrição da vontade à condição de uma legislação universal.
Um outro conceito central na doutrina moral de Kant é o de felicidade. A escrita de Kant nem sempre prima pela necessária clareza, sendo por vezes de difícil interpretação, graças ao abuso de parágrafos longos. A inteligência e as virtudes da coragem, do domínio de si e da prudência não são, em si, qualidades morais, porque podem ser usadas para o bem e para o mal. O poder, a riqueza, a consideração, mesmo a saúde assim como o bem estar completo e o contentamento desse estado, aquilo a que se chama a felicidade, geram uma confiança em si que muitas vezes também se converte em presunção, desde que não haja uma boa vontade para rectificar e orientar para fins universais a influência que essas vantagens têm sobre a alma e simultaneamente todo o princípio da acção". O que Kant quer dizer é que há qualidades que são favoráveis ao exercício da boa vontade e que, apesar de facilitarem o seu exercício, não têm valor moral intrínseco. Entre essas qualidades, que Aristóteles inclui nas virtudes morais, Kant destaca o domínio de si, a coragem, a temperança e a prudência. Sendo qualidades do intelecto, não fazem parte do domínio moral porque a sua adequação ao Bem depende da boa vontade. Repare-se que um criminoso destemido é ainda mais perigoso do que um criminoso cobarde. Um ladrão com um grande domínio de si pode fazer mais mal do que um ladrão inseguro. A boa vontade tem, assim, a função de rectificar e orientar moralmente as nossas qualidades e disposições temperamentais e intelectuais.


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