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Cândido ou o optimismo


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O rol dos sentimentos que vagueiam pelo mundo no seio das sociedades e das relações humanas, desde os mais desprezíveis, aos mais nobres, são comentados e avaliados por Voltaire, através dos olhos de uma personagem caricaturalmente pura, de nome Cândido. A humildade e ingenuidade de Cândido, em oposição à altivez ou arrogância de certas personagens e a prepotência das situações, é um duelo que irá durar toda a obra e com o qual Voltaire, de forma subtil mas crescente, julga as concepções sociais da época e demonstra os seus mais profundos pensamentos acerca do assunto.

Cândido representa, na forma humana, a inocência absoluta e a bondade imaculada, estando por isso completamente despido de preconceitos morais e outros. No entanto, ao tentar fazer uma vida normal, desenquadrado por completo das formas e protocolos que regem as maneiras de ser e de estar dos seres humanos seus contemporâneos, confronta-se com situações onde é permanentemente posto à prova com uma realidade feita de interrogações filosóficas, sociais e religiosas, às quais o mesmo tem de dar respostas que são essenciais à sobrevivência.

Através de sucessivos acontecimentos, o principal protagonista da narrativa e seus amigos, percorrem, pelo mundo fora, diversos lugares, desde os reais aos miticos e dessa forma ficam a conhecer peripécias fantásticas e autênticas lições de vida. Sobre estas aventuras, tão verdadeiras e insólitas ao mesmo tempo, Voltaire constrói um enredo satírico que se ergue contra o fanatismo religioso, a intolerância ideológica, a ignorância do poder e a injustiça dos homens, ou seja, põe-nos, desta maneira, a magistral questão:
Relativamente ao comportamento da humanidade, vivemos no melhor mundo possível ou num dos mundos possíveis?

Sendo um dos escritores marcantes do Iluminismo, Voltaire escreveu este conto, que embora seja um ensaio filosófico romanceado e crítico, no qual se insurge contra a visão optimista de Leibniz (que nos oferece como premissa na nossa existência, o facto de vivermos no melhor mundo possível), contudo já aqui ele insinua a critica de um mundo vivido entre as contradições do optimismo e do pessimismo, do Bem e do Mal e desta forma, o espirito do Iluminismo transparece com vigor, escondido num manto de humor e ironia.

Voltaire foi um militante do anticlericalismo do séc. XIX e este seu livro reflecte, de forma conciza, as principais linhas de pensamento, quer passadas, quer futuras, de um dos grandes mestres do movimento iluminista e exerce uma verdadeira luta contra a supertição e fanatismo, em defesa de uma religião natural baseada na razão e que será a percussora da Revolução Francesa.

BIBLIOGRAFIA: Voltaire; Cândido ou o optimismo; Edições Crisos e Jota Eme; Colecção Ideal; Lamego; 1946


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