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Adjectivação E COMPARAÇÃO


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  3.2- RECURSOS ESTILÍSTICOS

3.2.1- Adjectivação

Além do uso mais abundante de determinado tipo de palavras correspondentes às classes morfológicas anteriormente abordadas, a linguagem poética pode ser ainda construída e embelezada com outros artifícios relativos ao discurso propriamente dito ou à forma como as palavras são ordenadas ao serviço de sentidos que se pretende criar.

Chegamos aos recursos estilísticos, figuras de estilo ou de retórica, cujo estudo neste manual será restrito, ainda que adequado, para já, a um nível debutante de aprendizagem da linguagem que se transforma em arte poética.

Antes de mais, convém catalogar o uso mais ou menos abundante da classe morfológica correspondente ao adjectivo, abordado anteriormente, dentro dos recursos expressivos. Enquanto recurso estilístico, esse fenómeno dá pelo nome de Adjectivação. Mas alguns outros recursos primordiais são comuns no texto poético, como analisaremos a seguir.



3.2.2- Comparação


Concerteza o leitor já usou ou ouviu actos de linguagem semelhantes ao seguinte:

Aquele atleta corre como uma lebre.

Facilmente se transmitiria esta mensagem de forma objectiva, dizendo:

Aquele atleta é muito veloz.

Ao introduzir o elemento lebre, o emissor cria uma associação sugestiva que conduz o receptor a imaginar interiormente um animal muito rápido ao qual o atleta é comparado. A este fenómeno do discurso dá-se o nome de Comparação.

Comparação é pois um recurso estilístico que estabelece uma relação entre duas realidades semelhantes, ligando os dois termos através de um elemento comparativo (como, parece, semelhante, dir-se-ia, ou outro equivalente).

Este fenómeno ou recurso estilístico assume especial relevância na linguagem poética devido às associações, muitas vezes inesperadas, que são efectuadas pelos autores pretendendo transmitir ideias ou sentimentos pessoais e por isso mesmo subjectivos. Eis os seguintes exemplos:

?Os teus olhos são frios como as espadas

E claros como os trágicos punhais? (Florbela Espanca)

 

Repare-se na forma como o sujeito poético associa ou compara no primeiro verso duas realidades à partida distintas, mas cujo sentido é próximo em determinado contexto: os olhos frios que se subentende serem da pessoa amada, a ferir ou magoar psicologicamente, tal como as espadas enquanto arma normalmente o fazem fisicamente.

Também no segundo verso, é visível a comparação: os olhos voltam a ser associados a uma outra realidade, agora relativamente à sua cor ou brilho. Tanto no primeiro como no segundo verso, o autor pretende acentuar os sentimentos que lhe transmitem aqueles olhos, que podemos muito bem caracterizar a partir dos sentidos sugeridos pelas comparações, como indiferentes ou até mesmo cruéis.

A reter:

Adjectivação: Recurso estilístico que consiste no uso mais ou menos abundante de adjectivos.

Comparação: Recurso estilístico que estabelece uma relação entre duas realidades contextualmente semelhantes, ligando os dois termos através de um elemento comparativo (como, parece, semelhante, dir-se-ia, ou outro equivalente).

 




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