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Corrupção no Brasil, ou um Estado dentro do Estado


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"Não podemos permitir que a opinião pública influa na nossa votação?, disse um dos senadores que votou pela absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, julgado por quebra do decoro parlamentar no dia 12 de setembro de 2007. Calheiros livrou-se de ser cassado em seus direitos políticos por 40 votos a 35, em resultado comemorado pelo Governo. Para os analistas, entretanto, o episódio deixou evidente que os parlamentares brasileiros criaram um Estado dentro do próprio Estado, para o qual a ?opinião pública? nada vale, como se não estivessem lá pelo voto do povo.

Uma evidência de que os parlamentares brasileiros legislam em causa própria, alheios às necessidades da população, ocorreu em 14 de dezembro de 2006, quando senadores e deputados aprovaram um aumento para si mesmos, de 91%, elevando seus salários de R$ 12.700,00 para R$ 24.600,00. Na oportunidade, apenas o deputado Ronaldo Caiado (ex-PFL-GO), ocupou a tribuna da Câmara para se manifestar contra o aumento.

O aumento, votado estrategicamente durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, só não passou devido à reação da sociedade e através da intervenção do Supremo Tribunal Federal. Porém, insistentes, os parlamentares conseguiram aprovar, no dia 8 de maio de 2007, com efeito retroativo para o mês anterior, um aumento de 28,5% em seus próprios salários, o do presidente Luis Inácio Lula da Silva e o do vice-presidente José Alencar.

De R$ 12.847,00 até abril de 2007, os parlamentares brasileiros passaram a receber R$ 16.512,00, ou seja, R$ 3.665,00 a mais. Isso só de salários, fora todas as outras verbas, que fazem com que um parlamentar do Congresso Brasileiro custe por ano R$ 785.840,00, o equivalente a 2.068 salários mínimos, um dos mais altos do mundo (dados da ONG Transparência Brasil).

Enquanto isso, desde que o atual presidente da República assumiu, em janeiro de 2003, o salário mínimo aumentou apenas R$ 180,00 em quatro anos e meio, passando a R$ 380,00.
Para complicar a situação do trabalhador brasileiro, segundo estudos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o País perde R$ 26,2 bilhões com corrupção por ano.

Ainda segundo a Fiesp, o país menos corrupto da América do Sul é o Chile. Mas lá as pessoas percebem e agem contra a corrupção. O índice de percepção da corrupção, no Chile, é de 7,3, no Brasil é de 3,7.
Pesquisa do IBGE publicada em 14 de setembro de 2007 revelou que o salário médio do brasileiro e a oferta de empregos para os jovens caíram em relação a 1994. No mesmo dia o Governo articulava a aprovação da CPMF, imposto ?provisório? criado em janeiro de 1997.


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