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Os Meios de Comunicação: Quarto Poder ou Quinta Coluna? (Parte 1)


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INTRODUÇÃO:

A má reputação de que sofrem os meios de comunicação em geral, e a televisão, em particular, é fruto de uma degradação dos costumes jornalísticos, ou do progresso técnico? Numa obra publicada em 1991, Informação, Manipulação, o autor apontava as seguintes razões:

A técnica ? a digitalização da informação, em nome da sua velocidade e acessibilidade, colocou a informação nas mãos de tecnocratas, e transformou-a numa mercadoria sujeitas às leis de mercado;

A política ? o enfeudamento da informação à esfera política faz-se agora por meios mais subtis, mas em tempo de guerra, a razão de Estado retoma os seus direitos sobre a informação, em tempo de paz, a televisão é um aliado indispensável dos políticos para ganhar eleições;

O espectáculo ? a informação tem de ser trabalhada, cenarizada, montada em função do entretenimento, e os jornalistas confundem-se cada vez mais com animadores;

O dinheiro ? a submissão da informação às leis de mercado e aos grupos económicos tem paralelo na enfeudação dos jornalistas ao establishment.

< strong>Dados estatísticos sobre a televisão e a imprensa

Nos EUA, país onde os ingredientes televisivos difundem um quotidiano cozinhado à base de sexo, violência e pormenores sórdidos, as crianças americanas, à quais a televisão serve de baby-sitter, terão visto, no fim da escola primária, à razão de três horas por dia, 8000 assassinatos e uns 100 000 actos violentos. Detectaram-se também 41 cenas de violência por hora nos desenhos animados americanos.

Em França, o Conselho Superior do Audiovisual publicou em Outubro de 1995 um estudo sobre a violência nos programas de ficção audiovisual difundidos em França. Foram identificados cerca de 10 actos violentos por hora, em média, nas ficções; 58% das ficções muito violentas são de origem americana; 70% das imagens de violência são difundidas pelas estações privadas.

Em Portugal, nos primeiros meses de 1996, foram elaborados 26 autos de notícia por infracção da Lei da Televisão no que respeita à violência. A RTP 2 é o único canal que não foi objecto de qualquer auto de notícia, enquanto a SIC foi objecto de 18, a RTP 1 de 5 e a TVI de 3. Estes autos de notícia incidem sobre telenovelas (5), filmes (10), telejornais (1), concursos (1), séries (6), destaques promocionais (1), spots publicitários (1) e programas infantis (1).

Segundo um estudo sobre as tendência da imprensa mundial, efectuado em 1994 pela Federação Internacional dos Editores de Jornais (FEIJ), 23 dos 40 países estudados conheceram uma baixa de difusão dos seus jornais, bem como do respectivo mercado publicitário: a saber, entre 1993 e 1994, -1,87% na União Europeia, -1,33% nos EUA e ?0,87 no Japão. Desde 1986, a Europa conheceu um recuo de 7% e os EUA de 5,5%.

Em Portugal, segundo os dados disponíveis na Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem, a circulação média dos jornais diários e semanários de grande informação aumentou no período de 1993/1995. Em 1995, os investimentos publicitários em televisão aumentaram 8% em relação a 1994, e 15% em relação a 1993. Do investimento global em publicidade em 1995, 20,5% destinou-se à imprensa, e 5,1% à rádio.

A concentração dos media

Desde há uns anos a esta parte, assiste-se a um frenesim de compras, vendas e fusões dos diferentes actores da indústria dos media, com vista à constituição de verdadeiros impérios multimédia, que concentram nas mesmas mãos o conjunto dos meios de fabricação, de distribuição e de difusão da imagem do som e da escrita. Vive-se um período de desregulamentação e liberalização dos meios de comunicação. As pressões económicas e os interesses políticos ganham cada vez mais terreno na imposição da mercantilização dos meios de comunicação. Questiona-se como é que um sector regido pela dinâmica da rentabilidade e do lucro poderá tomar em consideração a necessidade de fomentar a cultura e preservar o pluralismo e a expressão de correntes de pensamento minoritárias. 

(ver Parte 2 no link disponibilizado em baixo em 'Links Importantes')


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