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Elogio do Grande Público - Teoria Crítica da Televisão (Parte 1)


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Introdução: "O objectivo deste livro é o de mostrar que, se a televisão permanece em grande medida um objecto não pensado, há espaço para um discurso teórico crítico que permita ultrapassar os dois modelos existentes, o modelo liberal norte-americano e o modelo estatal europeu. Mas como os dois se encontram mais ou menos em crise, tem-se a impressão de que já não existe uma linha directriz para orientar as quatro grande mudanças em curso: a mudança técnica, com a multiplicação e a diversificação dos canais, a mudança política, com a privatização e com a desvinculação do Estado, a mudança económica, com a constituição de grandes grupos, a mudança do público que exige cada vez mais imagens.? (pág. 15)
 
Parte I
A TELEVISÃO: UM OBJECTO NÃO PENSADO
?A televisão permanece, meio século depois do seu aparecimento, um objecto não pensado. Ou melhor, um objecto pensado, mas inutilmente. A despeito de um número considerável de trabalhos empíricos realizados na América do Norte e na Europa, persistem os mesmos discursos: não conseguiram, afinal de contas, quebrar o muro dos estereótipos, as ideias feitas e das contraverdades.? (pág. 21)
A televisão continua enclausurada nos discursos produzidos, por um lado, pela classe política encarregue de lhe definir o quadro de funcionamento, ressaltando ai o elogio da televisão privada; por outro lado, pelos intelectuais que temendo os benefícios da televisão na degradação da cultura, não se cansam no entanto de elogiar a televisão privada.
Capítulo I
DO MONOPÓLIO DA TELEVISÃO PÚBLICA AO TRIUNFO DA TELEVISÃO PRIVADA
O reinado, o desgaste e a queda da televisão pública
Até ao limiar dos anos 90, a história da televisão na Europa divide-se por três etapas:
? 1950-1970 ? O domínio do modelo de televisão de serviço público, politicamente submissa ao poder político, alcançou um sucesso assinalável;
? 1970-1980 ? O confronto entre dois modelos, a ascensão da televisão privada e o incremento da ansiedade do público por imagens, geraram desconfianças relativamente ao modelo de serviço público, e puseram a nu a incapacidade desse modelo para responder às exigências de um público cada vez maior e mais selectivo;
? 1970-1980 ? A reviravolta, com a vitória do modelo privado, a invasão da lógica concorrencial no meio audiovisual e a dependência, agora dividida, do poder político, através de organismos reguladores criados para o efeito, e do capital, nomeadamente dos grandes grupos económicos que monopolizam a posse dos meios audiovisuais.
O contexto actual: contradança ideológica, coabitação e crise de reflexão
A televisão vê-se actualmente sujeita a três focos de pressão: o económico, na medida em que a criação de canais privados obedeceu a uma lógica economicista simples, baseada na  constatação de haver uma procura superior (dos telespectadores) relativamente à oferta (da televisão pública); o consumista, já que a televisão desliga-se cada vez mais de fins culturais e educativos para se especializar nos gostos do público, nomeadamente de um público numeroso; e o tecnológico, uma vez que para além do aparato tecnológico que envolve a produção televisiva, aperfeiçoam-se técnicas de sondagem e de audiometria para atingir um público cada mais vasto.
 A situação actual na Europa caracteriza-se por cinco factores:
1. Uma contradança ideológica ? em vez de se reflectir sobre o papel da televisão, pública ou privada, dentro das sociedades democráticas, discutiu-se sobretudo a legitimidade da enfeudação da televisão ao Estado e necessidade de liberalização da mesma.
2. O consenso a favor do empirismo moderno ? a associação da televisão pública a uma fase arcaica da sua existência, numa época em que ser moderno é inovar e arriscar, conduziu ao sufrágio das audiências e à espectacularização de todo o conteúdo televisivo.
3. A mudança de paradigma: do modelo político dominante ao modelo económico dominante ? a verdade dos preços e a lógica do mercado impera; a televisão transforma-se em indústria.
4. O fascínio pelas novas tecnologias ? a urgência do modernismo técnico tem produzido um discurso orientado para o futuro e para a mudança que sucessivamente transforma o presente em passado.
5. A televisão entre o tecnicismo e o economicismo
(ver Parte 2 no link disponibilizado em baixo em 'Links Importantes')


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