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Iniciativas e resistência africanas em face da partilha e da conquista


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O texto é um capítulo de uma coletânea sobre história da África patrocinado pela UNESCO, um dos primeiros capítulos, aliás. Trata-se de uma introdução para o estudo da idéia de resistência africana, dando-nos uma visão geral das formas dessa resistência. O autor busca esclarecer o que muitas vezes foi visto como apenas levantes de um povo inculto e adepto a feitiçarias e encantamentos.
A idéia central do texto é determinar, levando-se em conta o fato de que houve resistência a dominação européia na colonização da África, ?os diversos graus de intensidade em que ela ocorreu?, provando a tese de que (1) a ?resistência africana era importante, já que provava que os africanos nunca se haviam resignado à pacificação européia?, também (2) de que ?longe de ser desesperada ou ilógica, essa resistência era muitas vezes movida por ideologias racionais e inovadoras? e de que ?os movimentos de resistência não eram insignificantes; pelo contrário, tiveram conseqüências importantes em seu tempo, e têm, ainda hoje, notável ressonância?.
Quanto à estrutura, o autor desenvolve seu argumento por primeiro mostra que em praticamente todas as sociedades africanas houve algum tipo de resistência às investidas européias de dominação, depois tenta mostrar que, embora muitos líderes africanos tentem resistir por não admitir intromissões em sua política, não se pode falar em uma resistência baseada na ideologia da soberania nacional, visto que muitos desses mesmos líderes eram opressores e odiados, mas sim em reações de grupos dirigentes de movidos pelo desejo de conservar seu poder de exploração. Depois o autor argumenta que a religião teve deveras muita importância para as resistências, sobretudo o que ele chamou de profetas africanos. O autor chega ao ponto onde afirma que umas das principais conseqüências dessas resistências foi o desenvolvimento de um certo nacionalismo que, por fim, levou as independências dos países africanos. Por fim, o autor a tenta mostra que não só resistência armada, mas também outros tipos de resistência foram movidos, como a resistência econômica, que já vinha se processando a muitos anos, mesmo antes da corrida colonial européia, sendo esse tipo de resistência agravada pelo fato dos africanos se darem conta de que a invasão branca não melhorava em nada sua anterior situação e, na maioria das vezes piorava.
O autor se move em uma linha de argumentação onde estabelece o fato de que a resistência de fato ocorreu e que ela teve faces muito acima da simples oposição de um Estado contra invasores. As resistências foram movimentos populares em vários casos e assunto de religião em vários outros. Líderes religiosos inspiravam o seu povo a resistir a pessoas que eram retratadas como de baixa moral e profetas, tanto tribais quanto mulçumanos, instilavam a idéia de que os africanos podiam expulsar o invasor. Embora os europeus vissem tais profetas ? em alguns casos não passavam de líderes comunitários carismáticos ? como feiticeiros e conjuriadores, tiveram grande importância nas comunidades que representavam. Pertinência ainda maior encontra o autor na colocação de talvez haja uma conexão entre a resistência e o nacionalismo responsável posteriormente pelas lutas de independência no continente africano. Ele ainda considera as forças econômicas envolvidas, tanto para europeus quanto para africanos, pois postula que, embora talvez muitos africanos tenham acreditado que a presença do branco em seu território significaria o fim da opressão que já recebiam de seus próprios líderes, com o passar do tempo perceberam que a presença européia significava mais opressão e escravismo, ainda mais com a descoberta de metais preciosos e implantação de muitas minas de mineração.
É um texto que reforça a idéia já desenvolvida por outros autores, de que os africanos não eram pobres coitados a espera de messias europeus que lhes trariam o progresso, a libertação e a religião. Embora as nações colonizadoras talvez achassem que a conquista seria uma questão puramente européia, tiveram de perceber que os focos de resistências dificultariam suas estratégias e, apesar da superioridade militar e tecnológica, enfrentaram africanos cada vez mais preparados, tanto pela religião, quanto por suas elites, a impor resistência. Verificamos, então, que a participação africana no processo de colonização foi significativa e mais, foi relevante.
É um texto simples, de fácil entendimento, mas falta argumentação, ás vezes.


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