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A Ética Protestante de Max Weber


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Na introdução o autor expõe o problema: como foi possível a emergência na Europa moderna de um sistema social conhecido como capitalismo? Antes de abordar a natureza deste problema, ele nos apresenta uma série de outras manifestações sociais, por exemplo, a ciência, a música, as artes, a democracia, que também encontraram no ocidente o seu pleno exercício e a sua maturação. Tais exemplos servem para acostumar o nosso espírito à idéia de uma superioridade natural da civilização européia - a Europa seria o cadinho onde as expressões da cultura humana conheceriam o acabamento e a perfeição. ( Etnocentrismo do autor? - trataremos depois desta questão..) De saída, o impulso para o ganho, a avareza, a cupidez, enfim, os aspectos volitivos são dissociados na gênese do capitalismo. Nesta gênese existiria uma outra atitude mais racional chamada de rentabilidade: uma ação propriamente capitalista onde o lucro resulta de uma planificação organizada do fluxo de bens - o valor auferido sendo permanentemente ( por definição ) superior aos custos de operação. Nesta diferença de valores constituíra-se, por acúmulo, o capital. Na relação desta característica com outra ?sui generis? e típica da história do ocidente, a saber, o trabalhador livre, nasce uma nova configuração social orientada para um mercado real e reciclável ( o trabalhador consumindo parte dos bens produzidos ); com esta articulação entre trabalho organizado e autoconsumo a sociedade capitalista se liberta das condições políticas e especulativas do mercantilismo primitivo e se impulsiona como um ?moto-continum?. Outros fatores importantes na gênese do capitalismo teria sido a separação da empresa da economia doméstica - o oikos - e o surgimento de uma ciência contábil. O autor, ainda nesta introdução, desqualifica criticamente todas as variações de um capitalismo virtual em épocas anteriores ( mercantilismo, modo de produção asiático...) como formas espúrias do seu objeto consolidado : o sóbrio capitalismo burguês com a sua organização racional do trabalho. FILIAÇÃO RELIGIOSA E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL -Constatação de um fato: a predominância, entre os líderes do mundo de negócios, dos proprietários do capital, em suma, dos capitalistas, de uma vocação religiosa: o protestantismo. Responsável de início pela ?diáspora? de protestantes à regiões anteriormente improdutivas, os conflitos religiosos entre católicos e protestantes conduziram estes últimos a um esforço em consolidar a riqueza como forma de proteção às perseguições dos poderes políticos exercidos pelos católicos. Enquanto a moral católica desprezava o consumo de bens luxuosos como sinônimo de uma vida dissoluta, os protestantes possuíam o espírito aberto para as inovações técnicas e para a ciência produtora destes bens. O autor discute também a suposição do ascetismo católico e da ?alegria de viver? dos protestantes serem componentes na diferenciação entre a ética antiga e a ética capitalista. Alguns ramos do protestantismo como, por exemplo, os quackers e os menonitas, apresentavam a paradoxal condição de um intenso desenvolvimento da mentalidade comercial ao lado de um proverbial alheamento do mundo. Uma série de exemplos é usada para mostrar que o espírito de trabalho, o progresso, ou qualquer nome que possa ser dado às condutas protestantes não deve ser entendido como mundanidade. ? Se se quiser achar qualquer relação interna entre certas expressões do velho espírito protestante e a moderna cultura capitalística, deve-se tentar achá-los, em qualquer hipótese, não na sua alegria de viver, considerada mais ou menos materialística, ou pelo menos anti-ascética, mas nas suas características puramente religiosas. Montesquieu diz dos ingleses que eles foram os que mais progrediram de todos os povos do mundo em três coisas importantes: na religião, no comércio e na liberdade. Não será possível que sua superioridade comercial e a sua adaptação à instituições políticas liberais tenham algum ponto de contato com esse grau de religiosidade que montesquieu observou entre eles?
O ESPÍRITO DO CAPITALISMO - Instauração de um plano onde o conceito de ?espírito do capitalismo? será definido. Enumeração de sentenças de ordem moral e econômica preconizadas por Benjamim Franklin e que supostamente constituiria um ?ethos?, isto é, um costume. Tais sentenças seriam de natureza utilitarista. As regras de conduta em relação ao dinheiro visaria o reconhecimento do indivíduo, dentro de um meio social fechado, como um homem honesto e digno de crédito. As qualidades desta ética seria, aparentemente, de natureza hipotética ( não valeria por si mesma tal como os imperativos da moral kantiana surgida quase na mesma época ), porém o autor irá introduzir um componente religioso a afastar a aparência de hipocrisia que implica o ato de ser honesto para se ter crédito ( a honestidade deveria valer por si mesma - ser um princípio moral ). A necessidade de conduzir os homens às fábricas inspirou os teóricos a erigir o trabalho como o valor maior de um homem e este valor-trabalho será transformado, na ética protestante, em um valor transcendente, uma ?graça? ou dom divino, o sinal de uma participação do homem com o seu Deus. O autor, entretanto, irá inverter a ordem da causalidade sugerindo ser a superestrutura ideológica ( valores do trabalho e da acumulação) quem engendraria as condições materiais do capitalismo e não o contrário. Como exemplo ele indica o processo de algumas colônias norte-americanas onde o espírito protestante imperava muito antes da posterior industrialização que seria, esta, uma consequência necessária do espírito já existente.
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