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Lutero E MAQUIAVEL ? A ÉTICA DO PRAGMATISMO RENASCENTISTA (parte 3 )


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Um dos pontos que distingue as idéias defendidas no Príncipe em relação aos antecessores de Maquiavel diz respeito ao objetivo de governar. Os pensadores anteriores afirmavam que a vida política se fundava principalmente na defesa da liberdade e da justiça. Ao contrário, Maquiavel desenvolveu uma tese baseada na idéia de que no governo o mais importante não consistia em defender a liberdade do povo, mas em conservar-lhe a paz. Uma mudança equivalente na escala de prioridades se lê com toda nitidez na obra em análise de Maquiavel. Nela, o autor remete à antiga liberdade das Repúblicas, apenas para notar que ela tende a torná-las mais reticentes ao governo de um príncipe. Seguidas vezes afirma que o principal dever de um governante deve ser o de cuidar de sua própria segurança e força, ao mesmo tempo em que garante que seus súditos vivam ?estavelmente e em segurança?.

Maquiavel define seu objetivo como sendo o de expor um conjunto de regras que capacite a formação de um governante forte. Ele não vê a sociedade como possuidora de evolução sistemática, de modo que acredita ser necessária a intervenção do príncipe nos rumos do Estado, objetivando a ordem social. Considera imprescindível ao governante, especialmente ao novo governante, a determinação na busca de seus objetivos prioritários, chegando a enunciar que quem dessa forma agisse, tornaria seu Estado mais seguro e firme do que se o tivesse governado por longos anos.

Em relação à unificação italiana, tema este que recebe destaque especial nos últimos capítulos d?O Príncipe, Maquiavel teorizou sobre a necessidade do nascimento de um Estado moderno, centralizado, político, ou melhor, teorizou sobre um Estado italiano único. Seu objetivo era o de salvar a Itália da situação em que ela se encontrava no século XVI, descentralizada e, conseqüentemente, suscetível a ataques de outros Estados mais bem organizados, como a França e a Espanha, suas vizinhas. Sobre esse aspecto, Maquiavel tinha por modelo, na construção do Estado italiano, a Roma Antiga, especialmente em seu período imperial, em que ocorreram importantes fatos, como uma grande expansão do território. Em relação à moral tem sido muito intensa a discussão sobre tal aspecto, sendo considerada por muitos o ponto central de sua teoria. Algumas análises d?O Príncipe chegam a considerar essa obra como a que foi responsável pela separação entre a moral e a política.

A Renascença exerceu uma tarefa histórica: criar as bases da ciência, da filosofia, da economia e da política nos quase quinhentos anos que se seguiram. Este é o seu peso. Uma das grandes inovações de Maquiavel foi estabelecer o que, na atualidade o filósofo José Arthur Gianotti, professor da Universidade de São Paulo (USP) chamou de ?zona cinzenta da moralidade? (o espaço da negociação política). Nas ciências citamos um dos modernos críticos do utilitarismo modernista, o físico Frijof Capra, quando aponta que apenas nos últimos 50 anos surge um novo paradigma na teoria do conhecimento, sustentado pela chamada ecologia profunda e a Teoria dos Sistemas e de certa forma, busca resgatar a sacralidade da vida, abandonada em favor da exploração da própria vida.

Referências Bibliográficas:

1 - WEBER, Max in A Ética Protestante E O Espírito Do Capitalismo, São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 1967

2 ? Maquiavel, Nicolau ? O Príncipe ? Apostila

3 ? Perry Anderson - Estado Absoluto: último suspiro da nobreza feudal ? Fonte: http://www.overmundo.com.br/overblog/estado-absoluto-ultimo-suspiro-da-nobreza-feudal

4 ? Capra, Fritjof ? O Ponto de Mutação ? SP ? Cultrix 1982



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