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O SER E O NADA - Ensaio de ontologia fenomenológica


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MINHAS REFLEXÕES SOBRE O SER E O NADA:

Uma Ontologia da Consciência Para-si

?Desse modo, o Para-si deve ser seu próprio nada. O ser da consciência, enquanto consciência, consiste em existir à distância como presença a si, e essa distância nula que o se traz em seu ser é o nada? (Sartre, 1997, p. 127).

Sartre fazendo a defesa de sua ética existencialista (e sua dimensão profundamente humanista) nos lembra: - ?O que as pessoas, obscuramente, sentem, e que as atemoriza, é que o covarde que nós lhe apresentamos é o culpado por sua covardia. O que as pessoas querem é que nasçamos covardes ou heróis?.Porque afinal se em minha covardia ou em minha alienação não posso sozinho dinamitar Manhattan, porque me responsabilizam pela guerra, pela chuva e o desemprego? ?O que o existencialista afirma é que o covarde se faz covarde, que o herói se faz herói? ? diz Sartre. Somos então prisioneiros da liberdade? Não é isto que nos afirma Sartre, de vez que ser prisioneiro já é um condicionante. Parece existir aí um aparente paradoxo e é sobre este ponto que vou dirigir minhas reflexões. Porque este também é aparente paradoxo de outra obra fundamental deste filósofo, que em suas reflexões sobre ?O SER E O NADA?, formulou as bases de uma ontologia enraizada na perspectiva de um período histórico que ainda estamos vivendo.

Sartre é uma figura emblemática e em minha opinião o mais importante filósofo do século XX. Manteve uma vida ativa como professor, escritor, crítico social, ativista político, deixando um legado na filosofia que ainda não foi inteiramente assimilado: o compromisso humanista existencial com a liberdade. Sartre fez esta trajetória sem cair em qualquer forma de niilismo e/ou alienação. Ao contrário: a existência humana é a única ancoragem para sua ética, construída como um ato fundamental de escolha, dentro da liberdade. Em o Ser e o nada ? Ensaio de ontologia fenomenológica Sartre desenvolve a questão fundamental da ontologia.

O professor Edson Fernando Meirelles, Licenciado em Filosofia/UCG, faz o seguinte registro sobre esta obra, em seu artigo SARTRE E A ONTOLOGIA FENOMENOLÓGICA:

?No rastro do percurso empreendido pelo filósofo, o objetivo do artigo é apreender a nova interpretação feita por Sartre do fenômeno humano. Para tanto, a leitura que aqui se faz, busca discutir a diferença entre dois modos de ser: ser-em-si (fenômeno) e ser-para-si (consciência). À luz dessa distinção, é possível compreender as razões que levaram o filósofo a redimensionar a questão do ser, à luz de dois planos intimamente relacionados: o ontológico e o fenomenológico.?

A obra O ser e o nada, publicada em 1943, constitui um dos marcos fundamentais do pensamento do século 20, sintetiza a ?filosofia existencial? da primeira fase do trabalho filosófico de Sartre, tendo exercido, como se sabe, grande influência em várias gerações e diversas áreas do saber contemporâneo. De fato, Sartre estudou a realidade humana de uma perspectiva que se afasta radicalmente do modo como a concebeu nossa tradição filosófica e pensou a existência a partir de como ela se manifesta concretamente. Para quem pretende ler um filósofo da envergadura de Sartre, é necessário manter, antes de tudo, um diálogo constante com suas inquietações, dúvidas e questionamentos. O fenômeno em-si, isto é, a aparição, aquilo que se manifesta, não se opõe ao ser. A consciência, por sua vez, se mostra totalmente vazia de conteúdo, pois a mesma não mantém identificação consigo mesma. O seu objeto está fora no mundo. Por conseguinte, o sujeito do conhecimento, especialmente o sujeito cartesiano, será profundamente questionado por Sartre, naquilo que se estabeleceu como condição do conhecimento do ser. Ao abalar as estruturas, as condições de possibilidade do conhecimento, a partir do ato intencional da consciência formulado por Husserl: ?toda consciência é consciência de alguma coisa? (apud SARTRE, 2007, p. 22), Sartre abrirá caminho para uma nova interpretação da realidade humana. Assim, o homem deixa de ser somente sujeito do conhecimento, uma vez que a consciência tem o seu objeto fora de si. Com isto, o homem ?passa? a existir no mundo. A consciência, a razão, não se basta a si mesma, somente no mundo é que ela se realiza. A partir desses pressupostos, serão apresentados os dois modos de ser: serem- si (o mundo ou fenômeno) e ser-para-si (a consciência). Aqui, dois planos se entrecruzam: o ontológico e o fenomenológico. Uma vez que o ser não se reduz ao conhecimento, Sartre procurará demonstrar a diferença entre o ser-em-si e o ser-para-si. O ser-em-si será descrito a partir de suas principais características: ?o ser é?,?o ser é em si?, ?o ser é o que é?. Dito de outro modo: o ser é inerte, o ser não mantém relação nem consigo nem com outro ser, o ser é o que é, isto é, ele é pleno de si. Assim, o princípio de identidade é fundamental na caracterização do ser-em-si. O ser-para-si, por sua vez, será apresentado por meio do caráter relacional que o caracteriza. O ser-para-si é um nada de ser, um pleno vazio, um absoluto não substancial que, além de manter relação consigo, ao mesmo tempo só existe na relação com o ser-em-si. Esta relação será explicitada a partir do ato intencional da consciência, que pode ser observada segundo três domínios, a saber, ?o ser do fenômeno?, ?o ser do conhecimento? e ?o ser da consciência?.



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