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Estrutro-Funcionalismo e Marxismo: uma aula inaugural em 1970 na USP


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Em 1970 na aula inaugural do curso de Ciências Sociais, proferida pelo professor doutor Ruy Coelho, eu tomei conhecimento de uma forma pouco usual do Estruturalismo e do Funcionalismo. Fortemente marcado pela cultura francesa, onde fez seu doutorado, Ruy Coelho, ao contrário da maioria dos professores desta faculdade, pouco se apoiava na visão marxista da história como fundamento de suas investigações acadêmicas. Não sei quem cunhou a expressão, mas nesta aula inaugural Ruy Coelho falou do estruto-funcionalismo, como um método alternativo à dialética marxista.

As leituras posteriores sobre o estruturalismo e funcionalismo colocaram-me duas questões centrais: a) não havia um método Estruturalista, mas diversos métodos que se ancoravam neste nome. É de François Wahl o seguinte comentário: ?Digamo-lo francamente; quando nos interrogam acerca do Estruturalismo, não compreendemos, as mais das vezes, o que se quer falar; b) os primeiros movimentos dos diversos estruturalismos foi uma busca no sentido de afastar o objeto da investigação da história, dando-lhe o status das ciências naturais, mediante a identificação de uma arquitetura permanente da vida cultural, social, lingüística e psicológica.

A metáfora da arquitetura foi apropriada para firmar a identidade de um objeto, que se mantinha nas suas características estruturantes, a despeito da história. Ao fazer isto o estruturalismo eliminou o tempo. Mas uma corrente dentro do próprio estruturalismo começou a desenvolver investigações sobre a chamadas totalidades inclusivas, caminhando em direção ao posterior conceito de totalidade sistêmica (a metáfora do holograma, como representação do ser ganhou corpo a partir do intenso diálogo que se produziu a partir daí).

O corpo teórico da teoria dos sistemas ganhou maior robustez com as contribuições do Funcionalismo, que de forma alguma antagonizou-se com o estruturalismo, mas formou com este um novo modelo de análise, em que se articulou espaço e tempo. No modelo da arquitetura podemos encontrar estruturas permanentes na capacidade dos humanos para a cognição reflexa. Todavia, o que nos torna tão diferentes em nossas culturas, nos múltiplos espaços que ocupamos, na diversidade do tempo, senão a maneira como estas estruturas funcionam no transcorrer da história?

Foram estas as contribuições que a psicologia experimentou, alcançando nosso tempo com a chamada psicologia da forma (?gestalt)?.

O comportamentalismo tal como foi enunciado pouco passou de uma versão psicologizada do fordismo: a especialização, o fracionamento, o estudo dos movimentos humanos e de seus tempos, enfim todo o arcabouço do capitalismo que buscou status de ciência para o processo de alienação. 



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