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Subordinação e Coordenação


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Normalmente, os estudos de coordenação e subordinação só vão aparecer quando se estuda o período composto, especialmente no caso do ensino de língua portuguesa nas escolas de 1º e 2º graus, permitindo a falsa impressão de que a coordenação e a subordinação só existem dentro do período composto, não ocorrendo também dentro da oração. As relações de coordenação e subordinação são relações inerentes à própria natureza da sintaxe, que é por si o princípio organizador da frase. Assim sendo, ?quando as palavras se organizam e formam sintagmas, e estes se articulam para tecer uma oração, fazem-no graças à conexão sintática ? que vem a ser a própria subordinação? (CARONE, p. 16). Isso não ocorre apenas no nível sintático, mas também no nível dos morfemas e dos fonemas, uma vez que eles também seguem um funcionamento de organização por hierarquia. Outra coisa também comumente observada, mas não menos falha, é a questão de se fazer o estudo da coordenação antes do da subordinação, mesmo o estudo da coordenação sendo mais complexo. A função é o que faz a relação de dependência (de subordinação) entre dois elementos que se articulam para formar um sintagma e que, por sua vez irá se articular com outro sintagma para contrair uma nova função. No Português, essa relação se dá tipicamente da esquerda para a direita, sendo por isso classificada, segundo a teoria sintagmática de Mikus, como centrífuga, em que o functivo subordinante (central) fica tipicamente à esquerda do functivo subordinado (marginal). A expansão é outro tipo de relação, mas que é diferente por não alterar a estrutura do quadro sintático a que se une. A coordenação nasce de um eixo paradigmático, por todos os membros do paradigma poderem se comutar, hipoteticamente, com outro ponto da cadeia. Essa matéria é demasiado complexa e promove controvérsias entre os estudiosos. A principal questão é a de reconhecer exatamente onde há coordenação e não subordinação, onde há uma relação de expansão (acréscimo) e não de dependência. O que é ponto comum na discussão sobre a natureza da coordenação é o fato dos termos coordenados dentro de uma oração terem a mesma função sintática. Essa identidade funcional dos termos coordenados é, portanto, um ponto de acordo entre os estudiosos. Há curiosamente uma outra questão relevante. É o fato de para estudar a identidade funcional de uma oração coordenada ser necessário observar a subordinação, pois a identidade funcional só pode ser atestada a partir do estudo dessa relação. Junto à idéia de identidade funcional está a idéia de identidade categórica dos termos coordenados: ?se o elemento acrescentado pode substituir-se ao preexistente, então ambos pertencem ao mesmo paradigma? (CARONE, p. 25). Isso se dá através da comutação pelo eixo paradigmático: ?todos os membros de um paradigma podem ocupar um determinado ponto da cadeia sintagmática? (CARONE, p. 25). Assim sendo, as categorias cujos membros podem coordenar-se são os artigos, as preposições e as conjunções subordinativas, normalmente; lembrando que o que se coordenam são funções e não formas. Uma característica fundamental da natureza da coordenação é a formação de seqüências abertas, as quais sempre há a possibilidade de se agregar mais um elemento. Visto assim, Tesnière ressalta a diferença entre junção e translação, visto o primeiro como um fenômeno quantitativo e o segundo como um fenômeno qualitativo. A função que modifica a economia quantitativa da frase é a função juntiva, que permite aumentar-lhe os termos ao infinito, acrescentando a todos os núcleos um número teoricamente ilimitado de núcleos da mesma natureza. (TESNIÈRE, p. 80 e 324) A partir da dúvida sobre se há coordenação de termos ou apenas de orações, o pensamento para o entendimento da questão pode ser melhor direcionado se, estudadas as várias questões de possibilidades de coordenação. No caso da supressão dos elementos repetidos, por exemplo, como no caso em que há a supressão de verbos para a concordância verbal, ou mesmo nas questões de elipse. A possibilidade de coordenar funções diferentes surge do pressuposto da existência de orações originais coordenadas como a única hipótese para explicar a coordenação de dois termos, no caso de esses termos exercerem na frase funções diferentes.


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