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a ética protestante e o espírito do capitalismo


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Max Weber trabalha em sua obra com uma análise sobre a verdadeira relação entre o espírito do capitalismo e a religião protestante, fazendo comparação entre países de religião mista. Aborda que o espírito não se dá apenas por fatores religiosos, mas também históricos. Sendo o protestantismo, e alguns países favoráveis à revolução na Igreja; nasce uma nova concepção sobre a ética de viver. Porém, Weber explica que não tenta fazer qualquer relação de valor sócio-político religioso, e sim esclarecer o impacto que essas forças religiosas tiveram no desenvolvimento da cultura secular.
Em primeiro, Weber faz uma pequena relação e afirma que os países cuja religião era protestante eram mais desenvolvidos, julgando essa diferença no modo de como a religião influenciava na educação. Sendo que os protestantes se voltavam para um ensino mais moderno (cargos administrativos, fábricas) enquanto os católicos se voltavam para a humanística. Isso se desenvolve devido a prática protestante e sua nova conduta de vida relacionada ao trabalho. Antes da reforma contribuir ainda mais com esse espírito o autor, deixa claro que já existia um capitalismo aventureiro, porém desprovido de regras e responsabilidade, tendo como fim apenas o ganho para sobrevivência. Esse espírito não ocorreu de maneira isolada, mas em massa, fazendo com que as pessoas se adaptassem a ele, e assim a religião contribuiu para esse estado mental que se criou na época. O lucro e as aquisições eram necessários, o que fazia com que a busca pelas novas práticas crescesse, pois somente assim se sobrevive em um mercado capitalista, esse é o espírito do capitalismo que nasce, contudo não é o mesmo espírito que os protestantes desenvolvem. É o que abordaremos a seguir.
Segundo Weber, Lutero incorpora o sentido da palavra vocação quando traduz a Bíblia, Beiruf: tarefa ordenada por Deus. O significado desta palavra é o produto da Reforma, assim nasce o cumprimento do dever, ou seja, um significado religioso ao trabalho secular cotidiano, aonde a única forma de chegar a Deus seria pelo cumprimento das atividades. Segundo Weber, Lutero desenvolve a concepção de que a vida monacal era egoísta, pois afastava o homem das tarefas deste mundo, ??O cumprimento das tarefas seculares sob quaisquer circunstâncias é o único caminho para satisfazer a Deus, que isto, somente isto, é a vontade de Deus, e que, por isso qualquer vocação lícita tem o mesmo valor perante os olhos de Deus??(WEBER, 2001, p.44). Essa ética muda toda uma rotina trazendo a responsabilidade a pontualidade, assim a vocação era um estímulo, e não um sacrifício, pois tudo era em benefício a agradar Deus, sendo assim a salvação se dava pelo cumprimento do trabalho, vendo o mesmo como uma vocação dada por Deus.
Apesar de Lutero ser o pioneiro contra os abuso clericais e estimular o homem a ter uma função na terra, Calvino aproveita algumas práticas luteranas, sobretudo, no aspecto do valor ao lucro por meio do trabalho.Weber cita que, Calvino traz a predestinação como dogma central de sua religião. Calvino julga o homem um ser solitário, sem qualquer ajuda divina é abole o ato da confissão, pois o único confidente só podia ser Deus. Weber fala também que para os calvinistas o mundo existia somente para a glorificação de Deus. O calvinismo apesar de buscar o acúmulo de muito dinheiro, é muito contraditório ao capitalismo moderno. De acordo com Weber o calvinista acumulava muito dinheiro, mas o mesmo não poderia ser gasto com coisas mundanas. O objetivo do calvinista não era o lucro para gerar mais lucro, como investimentos, como sugere o capitalismo moderno. O sucesso no trabalho era apenas uma forma de glorificar a Deus.?Seu interesse religioso não está no homem, mas em Deus (...) e tudo que acontece só pode ter algum um sentido como meio para glória e a majestade de Deus?? (WEBER, 2001, p.57)
Diante da análise deste livro nota-se que o título do próprio pode causar um grande equívoco se relacionarmos as palavras de maneira direta. O protestantismo teve uma parcela de incentivo para o capitalismo, porém é impossível aceitar que o capitalismo tenha sido um produto da Reforma. Havia de fato um espírito, mas esse era irracional, nem pode ser considerado pré-capitalista. Weber cita que Lutero fica surpreendido com a forma de como o protestantismo se expande e que foge do seu controle e da sua concepção de ética.Sendo assim a única contribuição que o Protestantismo teve de concreta com o crescimento do capitalismo foi o incentivo ao trabalho. O fato das regiões mais desenvolvidas adaptarem essa ética, porém não com a mesma visão de fé, foi apenas um processo histórico. O capitalismo moderno abandonou qualquer relação entre religião, não sobrevive mais disso, é independente tendo um fim em si mesmo.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 2ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001, p.187.


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