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Carlota Corday


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Belos sonhos de heroísmo e de liberdade acalentaram a juventude de Mariana-Carlota Corday, nascida em Vigneaux, França, em 1769. As obras de Plutarco e de Rousseau viviam em sua mãos. A Revolução que sacudia a França encontrou-a, portanto, perfeitamente atenta e preparada, confiante nas suas magníficas promessas. Terá sido o desejo de participar mais de perto dos acontecimentos que fez com que ela se mudasse para Caen, onde passou a viver em casa de uma amiga, sonhando sempre, com a grandeza para sua pátria e a felicidade para o seu povo.
Caen era, então um grande centro de agitação.
Os fugitivos girondinos tentavam sublevar as províncias vizinhas contra a Convenção que os expulsara do seu meio. Jovens e brilhantes oradores, animados pelos mais belos sonhos de liberdade, não se fartavam de bradar imprecações contra os nomes famosos dos seus perseguidores, que diziam, ?estavam afogando a França em sangue?.
Carlota Corday decidiu fazer alguma coisa pela pureza dos ideais da Revolução ? aquela Revolução que ela não podia ver soçobrar, aquela Revolução cujos ideais ela não concebia que se perdessem.
Antes da Revolução, a sociedade francesa compreendia duas classes privilegiadas: a nobreza e o clero secular, e uma classe popular, o Terceiro Estado, composto da burguesia e do povo ? população rural e proletariado das cidades.
A nobreza, formada pelos príncipes de sangue real, os duques e pares, a nobreza provinciana, a nobreza de beca e os burgueses ricos enobrecidos pelo rei gozavam de privilégios consideráveis; não pagavam impostos de renda; cobravam de seus rendeiros vários foros em dinheiro e em espécie, corvéias e outros tributos que oneravam o lavrador. O direito de morgado mantinha intactas as heranças nobres. Além de tudo a nobreza que vivia na Corte, beneficiava-se de grande números de favores do rei e de pensões. Mais modesta era a nobreza de provinciana que vivia em suas terras.
O clero regular era rico em terras, mas o clero secular era pobre e necessitado, a não ser por suas camadas superiores ? bispos e abades que pertenciam, em parte, da nobreza.
Explicado isso, podemos voltar a Carlota Coday, que em 1º de julho de 1793 chegava a Paris. Vagava pelas ruas sem destino e com tremenda crise de consciência, após presenciar a tumultuada sessão da Convenção em que os girondinos foram condenados à execração e ao suplício. Ficou horrorizada com o que viu e ouviu.
Então eram aqueles, os homens que desejavam salvar a França?
Era assim que pretendiam acabar com as injustiças da realeza?
Doze dias mais tarde, Carlota Corday adquiriu um punhal. Havia tomado uma decisão e escolhera, com cuidado, a quem deveria ferir: Marat.
Marat era o conselheiro da anarquia, o pontífice da violência, eterno sedento de sangue, jamais saciado, demagogo por excelêcia, desgraçado que somente encontrava instantes de paz na contemplação da desgraça alheia, na miséria do seu próximo, no sofrimento do maior número possível de criaturas, e cujo maior prazer consistia em ver alguém arrojando-se aos seus pés, arrastando-se pelo chão, implorando misericordia...
Na mesma noite dirigiu-se a casa de Marat, que se econtrava na banheira, procurando acalmar uma febre que lhe devorava o corpo. Meio submerso na água, escrevia um dos seu furiosos artigos com que costumava reclamar a queda de maior número de cabeças para que a Revolução ficasse saneada de maus elementos.
Nessa posição, Marat recebeu a jovem que lhe declarou que desejava denunciar girondinos que se haviam refugiado em Caen.
- Òtimo, de-me os nomes que amanhã mesmo eu os mandarei para a guilhotina!
Essas foram as últimas palavras que proferiu.
Num gesto rápido, Carlota Corday cravou o punhal no caração da fera, que estrebuchou, enquanto o sangue dava um colorido trágico às águas da banheira.
Diante do tribunal encarregado de julgá-la ou de simular um julgamento, melhor dizendo, pois o que havia, então, eram simulações, dado que todos sabiam, desde logo, quais seriam as sentenças.
Carlota Corday, porém, manteve serena atitude.
- O que vos levou a esse ato? Perguntou o presidente do tribunal.
- Os crimes de Marat. Disse Carlota.
Com ar feliz no semblante tranquilo, galgou ela os degraus da guilhotina, convencida de haver livrado a França de um tirano.
Puro engano.
Seu ato apenas serviu para fazer aumentar a fúria do governo revolucionário.
Ela matara um tigre, mas ficaram as hienas, cada vez mais sedentas de sangue.


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