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O que é a cultura?


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Cultura (do latim cultura , cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções e diferentes níveis de profundidade e especificidade. Os diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do conhecimento humano:

- Agricultura ? é sinónimo de cultivo.

- Ciências sociais ? ( latu senso ) é o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc., bem como à sua perpetuação pela transmissão de uma geração à outra.

- Filosofia ? cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural.

- Biologia ? uma cultura é, normalmente, uma criação especial de organismos (em geral microscópicos) para fins determinados (por exemplo: estudo de modos de vida bacterianos, estudos microecológicos, etc).

- Hoje em dia nas sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental), costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição. Este sentido normalmente associa-se ao que é também descrito como ?alta cultura? e é empregado apenas no singular (não existem culturas , apenas uma cultura ideal, na qual os homens, indistintamente, devem enquadrar-se).

- Antropologia ? esta ciência encara a cultura como a totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, a cultura seria ?o conjunto que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade.? O conceito de cultura tem variado e evoluído ao longo dos tempos. Em meados do século XVIII era visto como o próprio sangue vital das pessoas, o fluxo da energia moral que mantém intacta a sociedade. Esta ideia desenvolveu-se em duas direcções:

- Os romanticos construíram a cultura como a essência que define uma nação, uma força espiritual partilhada que se manifesta em todos os costumes, crenças e práticas de um povo.

- Os mais clássicos, interpretaram a expressão no seu significado a partir do Latim, associando-a não ao crescimento natural, mas ao seu cultivo.

Os primeiros antropólogos adoptaram a concepção do romantismo, e definiram a cultura enquanto práticas e crenças que formam a identidade de uma tribo (cultura comum). Todos os membros da tribo a possuem, dado que é necessária para se ser membro. Outros seguiram a visão mais clássica e defenderam a cultura como propriedade de uma elite educada e como um objectivo que envolve estudo e intelecto (alta cultura). Estas duas concepções de cultura têm andado em controvérsia até aos nossos dias, tendo dado origem a uma terceira concepção - a cultura popular.

A "cultura comum" de uma tribo é um signo da sua coesão interna. Mas as tribos estão a desaparecer do mundo moderno, tal como todas as formas tradicionais de sociedade. No entanto, os habitantes das cidades actuais são seres tão sociais como eram os antigos homens das tribos. São incapazes de viver em paz até estarem completamente habilitados por uma identidade social, uma porta para o exterior que, ao representá-los perante os outros, lhes oferece a confiança neles próprios. Esta busca da identidade cobre toda a vida contemporânea. Apesar de ser algo fluído e poder mudar de direcção várias vezes durante o tempo de uma vida, tem muito em comum com a relação de pertença de um homem da tribo à sua cultura comum. O cultivo da identidade é um modo de "ser para os outros" e de reclamar um lugar no espaço público. Ao mesmo tempo, é um modo assente na escolha, gosto e lazer; é alimentado pela arte popular e pelo entertenimento. Esta terceira concepção de cultura tornou-se um tema familiar da sociologia. Ela define a matéria central dos "cultural studies" ? uma disciplina académica fundada por Raymond Williams com o objectivo de substituir o Inglês académico. Williams era um crítico literário, mas rebelou-se contra a tradição elitista da escola literária. Ao lado da cultura de elite das classes superiores, dizia ele, existiu sempre outra, em nada inferior, uma cultura do povo, através da qual se exprime a sua identidade social e o seu sentido de pertença. O anti-elitismo de Williams abriu a porta e o conceito de cultura estendeu-se à descrição das formas de arte popular e entertenimento na contemporaneidade.

A cultura popular apresenta dois géneros: herdada e adquirida. A globalização tem levado a uma extinção da cultura herdada (folk) na Europa e na América, tendo esta vindo a ser substituída por uma cultura comercial vendida pelos media. Algumas partes da cultura popular (folk) ? particularmente a música ? tornou-se material de uso corrente para a grande arte e o resto mudou o seu carácter de tradição herdada para "património" comercializado. O "Folk" é agora um estilo dentro da música ?pop?, mas um estilo sem raízes fundadas em qualquer comunidade herdada.

Assim, embora não exista nenhuma definição definitiva de cultura, podemos dizer que o conceito de cultura está sempre em constante mutação e evolução, acabando por ser o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc., bem como à sua perpetuação pela transmissão de uma geração à outra.



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