Em nosso país, permite-se muito para alguns e nada, ou quase nada para outros. Por exemplo, se uma empresa deixa de pagar impostos ou qualquer outro tributo, esta é notificada e os fiscais aparecerão para as medidas de praxe. Até aí, está tudo correto. Entretanto, há uma flagrante incoerência: por que as empresas que produzem produtos de consumo para sociedade vão à falência por endividamento e clube de futebol não vai? Em nossos dias atuais, clube de futebol não é mais uma associação que promove esporte; mas sim, uma empresa que vende entretenimento. Daí a pergunta: por que os clubes não são cobrados judicialmente pelas dívidas fiscais e encargos trabalhistas? É quase certo que o motivo se ja político. Existem empresários que contribuem com altas somas para as campanhas políticas; e o que ganha eleição é muito dinheiro ou plataforma política. Fernando Sarney, além de ser filho de senador, é diretor da Confederação Brasileira de Futebol.Segundo notícias da mídia, a CBF doou R$100 mil à campanha de Roseana Sarney em sua campanha para o governo do |Maranhão em 2006. Todo ato ilícito deve ser denunciado e a imprensa tem papel fundamental na divulgação de tais atos à sociedade. O que ocorre com pouca frequência é a interligação de um ato com outro. É o caso da família Sarney, que está há décadas no poder, e somente agora o povo fica sabendo que o futebol também dá ajuda financeira a políticos. A não punição, é permitir que a banda podre da sociedade tenha seus direitos preservados. Não punir uma ilegalidade, é legitimar outra. Assim como os clubes e suas federações não são punidos, o povo assim se espelha e não há limites para os torcedores, que não se preocupam com os bastidores da administração. Lotam os estádios. A transmissão pela TV tem audiência garantida. O que importa para os clubes não é o esporte, mas sim, o faturamento. E o povo permite ser enganado.

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