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Quem Foi Zaratustra?


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Em uma época na qual os hindus védicos ainda imaginavam que o mundo estivesse em eterno equilíbrio, surgiu entre os iranianos uma concepção completamente nova do tempo e das perspectivas da humanidade, graças ao profeta Zaratustra ? em geral mais conhecido pela forma grega de seu nome, Zoroastro. Considerava toda existência como a gradativa atualização de um plano divino. Também previu a finalidade deste plano como uma gloriosa consumação em que todas as coisas alcançariam a perfeição. Além disso, o nome Zaratustra provavelmente significa, ?aquele que domina os camelos? ou ?aquele que possui camelos ágeis?. Todos, porém, concordam que o povo ao qual pertencia Zoroastro acabou por se estabelecer na parte oriental do Irã. Único entre os fundadores das grandes religiões, Zoroastro começou como sacerdote de uma religião mais antiga, a religião tradicional dos iranianos. O que significa que, desde a idade dos sete anos deve ter se submetido a um rigoroso treinamento profissional. Mas a experiência e as realizações de Zoroastro seriam únicas. Em algum momento, teve iluminações, ou alucinações, nas quais viu e ouviu o grande Senhor Ahura Mazda ? o Senhor da sabedoria, circundado por outras seis figuras radiantes. Deste momento em diante, sentiu-se como profeta escolhido pelos deuses para difundir uma fé religiosa que diferia bastante da fé tradicional. Muito da história inicial do zoroastrismo permanece obscuro, mas existem bons motivos para se pensar que, durante o primeiro milênio de sua existência, a religião conseguiu se estabelecer em vastas áreas do nordeste e do leste iranianos. Ciro, o Grande, o monarca persa que fundou o primeiro império iraniano em 549 a.C., provavelmente também era adepto do zoroastrismo. Sem dúvida, o zoroastrismo logo se tornou a religião da casa real e a religião oficial de todo o Irã. Mesmo quando este foi conquistado por Alexandre, o Grande, em 333 a.C., e a dinastia aquemênida foi substituída pela dinastia macedônica dos selêucidas, o zoroastrismo continuou a prosperar. Quando em meados do século VII d.C., os exércitos mulçumanos originários da Arábia afinal derrubaram o império sassânida, a grande época do Zoroastrismo começou a declinar. No Irã, existem atualmente pelo menos, 20 mil adeptos do zoroastrismo. Durante séculos antes de Cristo, os ensinamentos básicos do zoroastrismo tiveram enorme difusão. Eles exerceram grande influência entre os judeus e mais ainda entre os cristãos primitivos ? e, conseqüentemente, sobre a visão de mundo que iria se tornar a própria civilização européia. O zoroastrismo possuía escrituras sagradas, conhecidas como Avesta, termo cujo provável significado era algo como ?elocução autorizada?. O Avesta remanescente é apenas um quarto do original, e mesmo esta parte provavelmente recebeu uma forma escrita apenas nos séculos V ou VI d.C. No entanto, embora o intervalo entre a proclamação de Zoroastro e o século VI d.C. seja de cerca de dois mil anos, a transmissão de suas palavras parece ter alcançado a mesma precisão da transmissão oral do Rig Veda. Especialmente instrutivo é o livro pálavi conhecido como Bundahishn (?criação?), que trata tanto da criação do mundo ordenado como de seu destino final. Entre o povo que produziu Zoroastro ? os estudiosos os chamam ?avestanos?, por causa do Avesta. Porém, o Avesta diverge do Rig Veda na abordagem dos deuses supremos que trouxeram à luz o mundo ordenado e continuavam responsáveis por sua supervisão. O deus que domina a visão de mundo avestana é Ahura Mazda, o ?Senhor da Sabedoria?, e não se sabe com clareza se os sacerdotes védicos tinham dele qualquer conhecimento. Entretanto, um fato é reconhecido por todos e pode ser dado como certo: Zoroastro deu a Ahura Mazda uma posição muito mais exaltada do que a atribuída a qualquer divindade no mundo antigo. E, não há dúvida, em alguma época do passado, Ahura Mazda, inteiramente sábio, justo e bom, havia sido o único deus. Em conseqüência, Ahura Mazda era merecedor da suprema adoração ? e no credo zoroastriano a religião é de fato chamada de ?adoração a Mazda?. Embora, no início, Ahura Mazda fosse o único ser divino, não era o único ser. Zoroastro elaborou ainda mais tal conceito: Ahura Mazda tinha um poderoso antagonista em Angra Mainyu, o espírito da destruição, do mal ativo. No pensamento de Zoroastro, os espíritos gêmeos personificavam as forças que sustentavam o cosmos e as forças que tentavam solapá-lo. Originalmente, embora fossem sobre-humanos e sobrenaturais, tiveram de escolher entre dois princípios. Ahura Mazda, de natureza profundamente moral, decidiu apoiar asha, lei cósmica ou deus do movimento cíclico, enquanto Angra Mainyu, movido por sua perversidade moral, escolheu ficar ao lado de druj, que significa falsidade ou mentira. Assim teve início uma luta cujas vicissitudes constituem o passado, o presente e o futuro do mundo. Nos escritos teológicos de Zoroastro, há uma distinção entre o tempo ilimitado, ou eternidade, e o tempo ?limitado? ou ?enclausurado?. A luta entre Ahura Mazda e Angra Mainyu ocorre no interior do tempo ?limitado?. A conclusão irá assinalar o fim do tempo limitado e o começo de uma eternidade de beatitude. Pois, no final, Angra Mainyu será destruído, druj deixará de existir, asha irá prevalecer por toda parte, e para sempre o cosmos ficará livre das forças do caos. Desse modo, o objetivo de Ahura Mazda será alcançado e o plano divino estará completo. Tudo isso é uma sistematização do que estava implícito no pensamento do profeta.


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