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Jornalismo em tempos de transformação


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O relatório ?The State of the News Media? (www.stateofthenewsmedia.org), de 2008, conduzido pelo ?Project for Excellence in Journalism?, traz uma tomografia computadorizada do estado da imprensa nos Estados Unidos, procurando identificar e definir os elementos essenciais do jornalismo em tempos de transformação.
O estudo destacou o incremento da liderança das redações convencionais no ambiente da internet: embora existam novas fontes, as pessoas consomem mais as notícias que as redações da velha mídia produzem.
Os dez sites noticiosos de maior audiência são extensões de marcas já consagradas, como a CNN ou o The New York Times. No jornalismo online, a concentração é ainda maior do que na mídia convencional. Essa concentração segue crescendo, contrariando as previsões de que o aumento exponencial do número de portais, blogs e sites estilhaçaria o domínio das marcas tradicionais.
E as profecias que garantiam que a indústria e o mercado perderiam centralidade? Ao menos em parte, estavam furadas. Apesar dos cenários indefinidos, a transição tende a perdurar e não se deve esperar que as coisas se imobilizem. Talvez a idéia de transição torne-se um componente da idéia de estabilidade, onde o sujeito e as instituições serão cada vez mais desafiados a se localizarem, a encontrarem um equilíbrio mais ou menos estável. Os grandes títulos não morrerão tão cedo.
Não há incompatibilidade entre os jornais tradicionais e as "novas mídias", há contradições, mas também complementaridade entre uns e outros.
Yochai Benkler, estudioso das redes interconectadas, afirma que o processo pelo qual as novas tecnologias habilitam indivíduos e pequenos grupos a se tornarem "provedores de conteúdo", baseia-se em relações de trabalho voluntárias e solidárias, não mediadas pelo mercado, como a Wikipedia. Onde estes não se subordinam ou revogam mercado, mas o modificam para melhor, civilizando-o.
O mesmo se pode dizer com relação ao jornalismo. As redes de voluntários não o revogam, mas podem ajudar a melhorá-lo. A demanda por notícias e análises confiáveis e independentes, em ambientes de debate que abriguem grandes contingentes de cidadãos, permanece acesa e viva. A necessidade de fóruns amplos e comuns é estrutural, referenciais de alta visibilidade e fluxos intensos, nós de entroncamento do trânsito das idéias.
Aí entram as ?velhas? redações jornalísticas, chamadas a vincular credibilidade e inovação, demonstrando capacidade de liderar num ambiente em que a participação do público autor é a regra ? justamente o ambiente de alta inovação das redações americanas.
Inovar tecnológica e eticamente, reencontrando, em novas bases, princípios aparentemente antigos, como independência e respeito ao cidadão, através do diálogo horizontal. Inovar reinventando a função pública do jornalismo. Parece uma trama complicada, mas alguns já conseguiram.


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