O autor toma a educação como objeto de reflexão antropológica e elege a orientação sexual na escola como tema de pesquisa. Trata-se da análise das respostas da escola quando convocada a intervir na socialização afetivo-sexual dos adolescentes. Analisa os significados sociais da introdução da orientação sexual na escola a partir das perspectivas apresentadas por aqueles que estão diretamente envolvidos no assunto: os ?professores de Núcleo? ou ?orientadores sexuais? que atuam em escolas do sistema municipal de educação do Rio de Janeiro. Estes profissionais desenvolveram uma teoria para justificar e explicar os porquês da intervenção escolar na socialização afetivo-sexual dos adolescentes. Acreditam que a distribuição de informações sobre sexualidade não promove as mudanças comportamentais esperadas porque atinge somente o intelecto, não permitindo que os estudantes incorporem as mudanças no corpo e ?no emocional?. O modelo de orientação sexual proposto pelos ?professores de Núcleo? pode ser classificado como uma orientação sexual à brasileira porque incorpora idéias e ideais modernos sobre a relação da adolescência com a sexualidade e transforma-os a partir das características da cultura brasileira.