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Capitalismo e a Liberdade III


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O capitalismo é baseado na liberdade?Para anarquistas, liberdade significa tanto "liberdade de" como "liberdade para". "Liberdade de" significa não ser objecto de dominação, exploração, autoridade coercitiva, repressão, ou outras formas de degradação e humilhação. "Liberdade para" significa ser capaz de desenvolver e expressar habilidades, talentos, e potenciais o mais completamente possível compatibilizando tudo isso com o máximo de liberdade dos outros. Ambas estas espécies de liberdades implica na necessidade de auto-gestão, responsabilidade, e independencia, que basicamente significa que as pessoas participem nas decisões que afectam suas vidas. Visto que os indivíduos não vivem em vácuos sociais, isto também significa que a liberdade precisa assumir um aspecto colectivo, através das associações de carácter horizontal que os individuos formam uns com os outros (i.e. comunidades, grupos de trabalho, grupos sociais) desenvolvidas de maneira tal que os indivíduos participem nas decisões que o grupo toma. Esta liberdade para os anarquistas requer participação democrática, que significa discussão face-a-face e votar nos , e assuntos que lhes dizem respeito.
Essas condições de liberdade são encontradas no sistema capitalista? Obviamente que não. A despeito de toda sua retórica sobre " democracia", a maioria dos estados capitalistas "avançados" praticam democracia apenas na aparencia e na superfície -- e isto porque a maioria de seus cidadãos são empregados que gastam cerca de metade de suas horas de vigília sob o chicote dos ditadors (patrões) capitalistas que não dão a eles nenhuma voz nas decisões econômicas cruciais que afectam suas vidas mais profundamente. Os patrões os obrigam a trabalhar sob as condições mais adversas ao pensamento independente. Se a mais básica liberdade, que é o direito de pensar por si mesmo, é negada, então a própria liberdade é negada.
O local de trabalho capitalista é profundamente antidemocrático. Noam Chomsky apropriadamente destaca que as relações opressivas de autoridade presentes nas grandes corporações, tipicamente hierárquicas por natureza, poderiam ser chamadas de fascistas ou totalitárias no que diz respeito ao seu sistema político. Em suas palavras:
"Não há nada tão individualista quanto as corporações. Trata-se de um conglomerado de instituições de carácter essencialmente totalitário mas fortemente individualista. Existem poucas instituições na sociedade humana que possua uma hierarquia tão extrita e um controle tão cerrado como as grandes organizações de negócios. Ninguém se atreve a dizer ''não pise em mim''. pois é pisado o tempo todo". <Keeping the Rabble in Line, p. 280>Sem absolutamente nada a ver com "baseado na liberdade", o capitalismo na realidade destrói a liberdade. Robert E. Wood, o chefe executivo da Sears, deixou isso bem claro quando disse: "enfatizamos as vantágens do sistema do livre empreendimento, acusamos o estado totalitário, mas . . . criamos em maior ou menor gráu um sistema totalitário na indústria, particularmente na grande indústria". Apostles of Greed, p. 68>
Ou, como Chomsky afirmou, aqueles que apoiam o capitalismo não compreendem "a doutrina fundamental onde vc se torna livre do domínio e do controle, incluindo o controle do patrão e do dono" Pozner/Donahue>.
Sob o autoritarismo corporativista, os traços psicológicos mais recomendados aos cidadãos são eficiência, submissão, frieza, insensibilidade, e uma inquestionável obediência à autoridade -- traços que possibilitam as pessoas sobreviverem e mesmo prosperarem como empregados nas companhias hierárquicas. Naturalmente, para cidadãos "não comuns", i.e., chefes, encarregados, patrões, etc., o traço autoritário é necessário, e certamente o mais importante para exercer domínio sobre os outros.
estas peculiaridades senhor/escravo são ambas inadmissíveis no funcionamento da democracia real (i.e. participativa/libertária), que requer que os cidadãos tenham qualidades como flexibilidade, criatividade, sensibilidade, compreensão, honestidade emocional, sinceridade, realismo, e habilidade para mediar, comunicar, negociar, integrar e cooperar. Portanto o capitalismo não é ademocrático, ele é anti-democrático, porque promove o desenvolvimento de traços que tornam a real democracia (que é a sociedade liberdade) impossível. Importante destacar que a tal "democracia participativa" implantada por alguns governos de "esquerda" apenas substitui a relação senhor/escravo pela burocrata/escravo, igualmente incompatível com a democracia real.


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