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Um ano sem "made in China"


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Uma experiência muito interessante do ponto de vista da incursão nos modos de vida alternativos, mas que redondou, de forma crescente e desesperante, numa longa caminhada no deserto. Tal como nos relata Sara Bongiorni, uma profissional da imprensa norte-americana, que decidiu optar pela não utilização, por um longo periódo de tempo, dos produtos fabricados na China.

Tudo começou quando, dois dias antes do Natal, ao fazer um inventário mental das prendas natalícias, contou 25 fabricadas na China, contra 14 do resto do mundo. Tomou então consciência que estava praticamente, e a bem dizer, vivendo um consumista Natal chinês, então optou por uma decisão : manter a China afastada da sua vida privada, ou seja, pôr de parte todos os artigos e produtos domésticos que tivessem a denominação de " made in China". Convenceu a família a aderir à sua causa e a 1 de Janeiro de 2005 começaram todos um longo ano de embargo caseiro às importações chinesas. Nesta auto-proibição, a ideia mestra não era boicotar a balança comercial chinesa, pois esta não se afectaria apenas com um acto isolado e parvo, do ponto de vista de muita gente, mas era, tão somente tentar ter a percepção de quanto os cidadãos estão dependentes da mesma, com a saturação do mercado pelos seus produtos. Queria saber o que custaria em tempo, dinheiro e qualidade de vida, retirar a China dos seus hábitos. Aliando, também, a esta curiosidade, um imperativo moral, o qual consistia na preocupação pela forma como a produção industrial se faz no regime de Pequim, ou seja, o trabalho infantil, a mão-de-obra escrava dos decidentes politícos e o desrespeito pelos direitos humanos e dos trabalhadores, a autora meteu mãos à obra, pois apesar da vitória comercial chinesa, caracterizada por preços muito competitivos, esta fama não deixava de ensombrar a sua produção industrial.

Assim, privou os filhos dos seus briquedos favoritos, comprou calçado normal e desportivo bastante mais caro por ser fabricado na Europa ou nos Estados Unidos, deixou de utilizar os pequenos e médios electrodomésticos, como a máquina de café, voltando aos velhos tempos da chaleira, até que todos eles saíram das rotinas do seu quotidiano. Apesar disso, a sensação de que o comércio de produtos chineses estava a tomar conta de tudo imprimia-lhe renovado alento e é esta a verdade irrefutável que a autora pretende provar a si mesma e mostrar aos leitores.

Acabado o embargo doméstico, um ano depois, a 31 de Dezembro de 2005, Sara descobriu que afinal o " made in China" não controla nem pode controlar todos os aspectos da nossa vida diária, no entanto as pequenas e grandes privações, tornaram, durante um ano, a sua vida e a da sua família num inferno. A sua vida quotidiana, igual à de qualquer cidadão, passou por grandes privações e não se tornou nada fácil. Quando a mesma está dependente de um dos maiores produtores mundiais de bens de consumo, desde a electrónica aos brinquedos, passando pelos electrodomésticos e o vestuário, torna-se uma aventura imprevisível negar esta dependência. A experiência foi desgastante em tempo e dinheiro, facto que a autora fez questão de relatar no seu livro. Sendo difícil e caro viver sem o " made in China", com esta obra podemos aperceber-nos a fundo o quanto estamos dependentes, tanto nos Estados Unidos, como, por comparação, na Europa, deste gigante da económia mundial.
BIBLIOGRAFIA : Sara Bongiorni; A year without "made in China" : one family´s true life adventure in the global economy; Wiley; U.S.A.; 2007


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