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O Brasil, quase lá?


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Em 2006, numa entrevista memorável concedida a João Gabriel de Lima, jornalista de Veja, o economista indiano, Vinod Thomas, 59 anos, dizia que o Brasil poderia deixar Índia e China para trás se fizesse o pouco que restava para deslanchar de vez. Thomas, doutor em economia pela Universidade de Chicago, foi durante cinco anos, diretor do Banco Mundial para o Brasil, período em que acumulou conhecimento suficiente e necessário para escrever o luminoso livro ?O Brasil Visto por Dentro?, obra saudada pelo americano Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, como fundamental para entender o país. Naquela época, Vinod, em seu mergulho intelectual nas coisas do Brasil, levantou uma polêmica tese: o país teria tudo para ser a próxima estrela dos emergentes, junto com China e Índia, com a diferença que esse futuro brilhante poderia ser alcançado em cinco anos. Disse, na época, que o Brasil teria condições de desabrochar a médio prazo porque está à frente de vários emergentes em três pontos importantíssimos: a solidez das instituições, imensos recursos naturais e uma população empreendedora. No seu entendimento, Índia e China, para continuarem seus ciclos de crescimento teriam de fazer verdadeiras revoluções em algumas áreas as quais o Brasil já ultrapassou: a China ainda vive sob um regime autoritário e a Índia, mesmo sendo uma democracia, tem o enorme desafio de providenciar a inclusão social de 250 milhões de pobres, o que significa mais que um Brasil inteiro de miseráveis! O Brasil, ao contrário, precisaria fazer cinco mudanças primordiais as quais se realimentam criando um círculo virtuoso: a primeira seria resolver a questão fiscal do governo; segunda, melhorar a qualidade dos gastos públicos; terceira, otimizar os recursos destinados à educação e saúde; quarta: uma política inteligente de exploração sustentável dos recursos naturais. Para viabilizar todas essas medidas seria necessário a mudança mais importante: uma reforma política. Dizia que se o Brasil não viabilizasse tais mudanças com certa urgência, corria o risco de ficar para trás. Sua opinião, àquela época, era que o espírito de uma reforma política seria o de transformar os consensos da sociedade em políticas de governo. O Brasil já teria os seus consensos; entretanto, na hora de votá-los acaba sempre prevalecendo os interesses de alguns, o que contradiz a própria idéia de democracia. Assim, programas sociais são importantes por causa da distribuição de renda que era pior que na China e na Índia: naqueles países, cada ponto percentual de crescimento significava uma melhora de três pontos percentuais na situação de pobreza enquanto que no Brasil, apenas um ponto percentual, demonstrando que só crescimento econômico não resolve a situação. Em 2009, três anos depois, o Brasil continua patinando nas reformas apontadas e é o caso de se perguntar: conseguiremos deixar de ser o país do futuro?


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