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A realização plena da hegemonia européia no mundo: o novo imperialismo


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O professor Wolfgang Döpcke é professor adjunto do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), onde ministra as matérias História Contemporânea 1 e História da África 1, sendo especialista em História da África. Formado em História pela Universidade de Cambridge em 1980, tornou-se Mestre em 1983 pela Universidade de Hannover e também Doutor por essa mesma Universidade, no ano de 1989. Desenvolve pesquisas relacionadas a História da África havendo publicado inúmeros artigos além da monografia Die Peripherie der Weltwirtschft Wãhrend der GroBen Depression, um trabalho de 550 páginas sobre História econômica e Social no Zimbábue.
Neste texto, o professor Döpcke busca situar o colonialismo das potências européias, no fim do século XIX, dentro do contexto do imperialismo. Ou seja, sua idéia central é que o imperialismo europeu não foi monocausal e só pode ser entendido dentro de um contexto histórico que vai além dos simples motivos econômicos ou políticos. Sua linha de argumentação nos leva a ver que não existiam, de fato, tantas vantagens financeiras em se conquistar territórios ou em transforma-los em protetorados ? o caso da partilha da África ilustra bem isso pois, excetuando-se as minas de diamantes e o ouro da África Austral, não havia um imediato retorno econômico para a nação imperialista. Parece que o que movimentava tais nações era, na verdade, a premissa de que para ser considerada uma potência, teria de ter colônias. Mas, há um estudo dos casos e os motivos de cada nação são apresentados no texto.
Numa ?febre colonial? as potências européias partilham entre si quase a totalidade do continente africano e, se antes de 1876 apenas 10% da África se encontrava sob o domínio colônia, a partir de então esse número se inverteu e somente a Etiópia não foi colonizada. Mas o ponto principal é: são os conflitos dentro da própria Europa que leva à partilha da África.
E é a busca de prestígio ou de uma tentativa de retorno a uma suposta glória do passado que moveram as nações muito mais que interesses econômicos. A Conferência de Berlim de 1884-1885, que objetivava a manutenção do livre comércio nas regiões da bacia do Congo, ficou marcada pelas decisões protecionistas das nações participantes e, finalmente, decidiu que o direito ao domínio Colonial na África só seria reconhecido se houvesse a chamada ?ocupação efetiva?, ou seja, a presença militar. Mas as fronteiras da partilha não foram definidas aí, os acordos bilaterais é que fizeram isso. Alemanha, França, Inglaterra, mesmo Portugal e Itália, além da Bélgica, se lançaram para as conquistas, em dados momentos enfrentando feroz resistência armada, em outros, com acordos firmados entre os povos conquistados, mas, de uma maneira geral, os conquistadores não foram recebidos com fortes resistências.
O imperialismo na Ásia foi marcado não pela partilha do continente, mas pelos conflitos entre Inglaterra, Rússia e França. Os britânicos viam nas conquistas russas e francesas uma ameaça à sua hegemonia no continente, e isso os levou a novas conquistas em alguns casos e, em outros ao fortalecimento da independência de algumas nações para que agissem como barreira contra a penetração franco-russa. Também, os Estados Europeus viam a China como grande mercado importador e tanto a Rússia, a Alemanha, a França e mesmo o Japão iniciam alguns empenhos em conquistar a China, mas a resistência oferecida inviabilizava tal projeto. Tanto os ingleses como os estadunidenses viam a China como um promissor parceiro comercial e defendiam o livre acesso a ela. É nesse momento que o colonialismo dos Estados Unidos da América começa a aparecer, pois se essa nação defendia uma política anti-colonial, passa agora a manter colônias tanto na Ásia ? as Filipinas ? como na América Central ? Porto Rico, por exemplo. Mas os motivos estadunidenses parecem um pouco diferentes das demais potências. Sua estratégia é a ampliação do seu leque de influências e suas intervenções se davam quando havia choques de interesse e não necessariamente por uma política colonial estabelecida. Por exemplo, sua presença colonial na Ásia era um trampolim para a influência comercial na China.
O autor mostra como o modo de pensar das potências imperialistas se movia por interesses que iam bem além dos econômicos. Por exemplo: o comercio com a China representava apenas 1% do comércio exterior inglês, no entanto, a Inglaterra e os Estados Unidos sonhavam com o mercado gigantesco da China. A Índia era considera indispensável pelos ingleses pois seu mercado absorvia uma grande parte dos produtos ingleses, sobretudo na área têxtil. A política asiática da Inglaterra girava em torno da proteção desse seu domínio colonial indiano. O professor Wolfgang Döpcke explica que cada uma das nações européias teve seus próprios motivos para o colonialismo. Por exemplo: Portugal busca prestígio, a França um certa vingança e a tentativa de manter o status de potência, a Alemanha simplesmente foi oportunista, a Inglaterra por que era o que todo mundo estava fazendo, já a Bélgica, foi devido a devaneios de seu rei. Então, o imperialismo teve motivos muito mais que econômicos, embora eles existisse. A Rússia, por exemplo, necessitava de mercados importadores para sua industrialização, também o Japão tinha esse motivo e os EUA buscavam maior influência no cenário econômico mundial.


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