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O Populismo e a teoria democrática descritiva
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O populismo é, portanto, uma forma não institucionalizada de participação das massas na política, controladas pelas ?elites?. Vale citar o caso argentino como exemplo relevante:
?O peronismo constituiu um caso de manipulação que, sem dúvida, teve êxito, pois conseguiu proporcionar um grau efetivo de participação às camadas mobilizadas, ainda que abstendo-se de reformas sociais ou em todo caso mantendo-as dentro de limites aceitáveis pelos grupos sociais e econômicos mais poderosos.? (GERMANI, p. 159)
Para os objetivos desse exercício interessa-nos reter duas características exemplares da construção de Germani. Em primeiro lugar, o caráter de transição das sociedades em questão. O populismo ocorre quando surge uma assincronia: não é mais nitidamente uma sociedade tradicional; mas, no entanto, o caminho para a sociedade industrial não está preparado. Supõe um modelo de sistema político que seria o vigente no mundo europeu - instituições fortes, integradoras da população mobilizada; grupos políticos expressando-se autenticamente. O populismo seria uma forma pré-democrática; a possível ante-sala da política verdadeira, a ser concretizada quando a sociedade conseguisse acertar os ponteiros.
O segundo aspecto, decorrente do primeiro, sublinha o caráter de manipulação intrínseco ao populismo, conferindo relevância às lideranças demagógicas que ?chamam?/ incorporam as massas à política, iludindo-as. Esse fenômeno estaria ausente nas democracias modernas (padrão clássico).
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