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O Conhecimento do Quotdidiano


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As ciências sociais, mais particularmente a sociologia, institucionalizaram-se no século XIX. Nessa época, dominada pelo cientismo, a física era a ciência tomada como modelo devido ao rigor da sua linguagem. Assim, a sociologia transpôs os modelos metodológicos das ciências exactas de modo a ganhar o estatuto de disciplina científica. A ciência positivista, cujos maiores representantes na sociologia foram Auguste Comte e Durkheim, baseia a sua metodologia em procedimentos hipotético-dedutivos, reconhecendo assim a exterioridade do objecto em relação ao sujeito, de modo a que este consiga estabelecer e explicar as relações causais existentes entre os fenómenos sociais. O modelo hipotético-dedutivo, apesar do rigor que lhe é assegurado pelos métodos quantitativos utilizados, caracteriza-se por uma rigidez conceptual que não consegue, segundo o autor, captar fenómenos sociais cada vez mais complexos e instáveis.Maffesoli, deste modo, socorre-se de autores ligados a correntes mais interpretativas, como Simmel e Weber, para reforçar as suas posições epistemológicas. Assim, nas sociedades contemporâneas, os fenómenos relacionados com o quotidiano estão carregados de aspectos ?dionisíacos?, estéticos e expressivos, logo são muito mais complexos e imprevisíveis. Desta forma, a rigidez do conceito, como este é utilizado pela epistemologia positivista, não serve para interpretar os fenómenos sociais relacionados com o quotidiano. Faz muito mais sentido, para o autor, substituir o conceito pela noção, pois esta tem uma maior flexibilidade heurística e, desse modo, ajusta-se de forma muito mais adequada à complexidade e ?labilidade? do real. Um exemplo disso, pode encontrar-se na noção de estilo de vida que dá muito maior conta das disposições de consumo dos indivíduos, do que o conceito marxista de classe social. Este, apenas, estabelece uma clivagem entre dominantes e dominados e, dessa forma, não permite ao investigador captar o carácter cada vez mais heterogéneo do espaço social no que concerne a disposições de consumo e estilos de vida.Por fim, deve tomar-se em consideração que uma sociologia do quotidiano deve abandonar os modelos explicativos vinculados à tradição positivista e recorrer à tradição interpretativa, cara a sociólogos como Weber e Simmel, de modo a mergulharmos na consciência dos actores sociais para que, dessa forma, possamos captar a intencionalidade das suas acções dentro de um determinado contexto social, pois é através da intencionalidade dos actores sociais que podemos ir compreendendo o carácter cada vez mais volátil dos fenómenos sociais. Em síntese, a compreensão e os métodos qualitativos devem ganhar um claro ascendente sobre a explicação e os métodos quantitativos no que diz respeito às ciências sociais.


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