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PUNK - RELATO ESSENCIAL


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O PUNK ? RELATO ESSENCIAL Carlos C. de Andrada O que é chamado de Punk, Movimento Punk , Anarcopunk, e principalmente Punk Rock começou efetivamente nos anos 70, mas tem sua origem na década de 60. Os outros movimentos contra-culturais de contestação deram a ignição ao Punk, porém estes, como os Hippies e os Beatnicks, ainda preferiam o isolamento à participação ativa. O termo "punk" significa vagabundo, vadio, desocupado, marginal. É difícil dizer quando ele apareceu vinculado pela primeira vez ao rock, mas a primeira banda que encarnou a personalidade punk é reconhecidamente e sem sombra de dúvida o THE WHO, banda formada em 1964, na Inglaterra, por Pete Townsend . Aliás, muito do que foi imortalizado pelos punks como atitudes, formas de expressão verbal e visual, comportamento no palco - como quebrar instrumentos - foi copiado do THE WHO, pois essa foi a primeira banda de rock a criar músicas e letras simples e toscas, exatamente as duas características mais notáveis do punk rock. Depois de alguns anos, grupos mais agressivos e irônicos, como o insinuante THE STOOGES e o avassalador MC5, incorporaram ainda mais revolta e vitalidade ao som e à proposta iniciados pelo THE WHO. O MC5 era uma bomba arrasa-quarteirão: jamais surgira uma banda tão crua, simples e direta, que incorporava a revolta adolescente e rebeldia anti-conservadora de modo tão autêntico e mordaz. O disco de estréia, Kick out the Jams, que era ao mesmo tempo gravado ao vivo ? fato inédito para o primeiro disco de uma banda de rock ? foi o mais agressivo, violento e brutal trabalho de gravação realizado até então. Seu guitarrista Wayne Kramer é considerado o ?criador? da música punk. THE STOOGES quase não ficava atrás, pois seu líder e vocalista, Iggy Pop, fazia apresentações performáticas no palco, que beiravam a coreografia, apesar de serem totalmente espontâneas, com requintes de escatologia e auto-flagelação. Isso não tinha um nome, porém hoje muitos o chamam de "Proto-Punk". Por estarem muito à frente de seu tempo, os dois grupos citados acima tinham cada qual o seu estilo próprio, abrindo caminho ao protesto e luta contra os preconceitos, conservadorismo, puritanismo e outros exemplos de repressão ou exclusão social. O que está sendo exposto aqui não é uma desvalorização do Punk, mas sim um esclarecimento de como ele surgiu, qual sua origem musical e ideológica. Antes da revolta total em meados dos anos 70, já havia aquilo que é chamado proto-punk. Com influência musical de bandas como as já citadas e NEW YORK DOLLS, DR. FEELGOOD e LOVE, mais algumas idéias nascidas com o próprio Rock And Roll na década de 50, os punks começaram a tomar uma posição, formar uma postura definida, criando enfim sua identidade inconfundível. A reclamação contra o racismo, a polícia, a desigualdade sócio-econômica e demais mazelas do capitalismo evoluiu para a revolta explosiva e desenfreada, culminando em violência. Sem resistência passiva, sem argumentação, sem diálogo, sem firula. Isso porque a resposta toda a essa horrível insensatez não poderia ser de outra forma. Adotando uma aparência singular com roupas rasgadas e sujas, tênis furados, alfinetes e vários penduricalhos nas orelhas, cabelos pintados das cores gritantes, arrepiados e muitas vezes cortados como os índios moicanos e iroqueses (massacrados pelos europeus durante a invasão e colonização da América), os punks tinham primeiramente como lema a anarquia, o caos, a desordem e a liberdade total, sem nenhuma restrição. As primeiras manifestações, contra salários baixos e condições precárias de trabalho, ocorreram na Grã-Bretanha, em cidades industriais com população operária: Birmingham, Edinburgo, Manchester e a própria Londres. Musicalmente, porém, as bandas punks propriamente ditas estavam nos Estados Unidos que tinha seu "movimento", sem nenhum conhecimento público, totalmente underground. RAMONES, BLONDIE, TALKING HEADS, PATTY SMITH e TELEVISION já tocavam e eram engajados. Um dono de loja de artigos eróticos e pornográficos chamado Malcolm McLarem soube de algumas apresentações dessas bandas em Nova York, em clubes como o hoje lendário CBGB, e teve a idéia de montar um grupo musical usando como modelo uma mistura de influências desses grupos americanos mais a idéia inicial do Rockabilly dos anos 50: transgressão, subversão e rompimento com os costumes e tabus vigentes. McLarem, decidido a criar seu "merchandising", recrutou quatro jovens rebeldes na Inglaterra, muniu-os de vestimentas e apetrechos convenientes, esperou que compusessem algumas músicas e, em 1975, deu um nome à banda: SEX PISTOLS. O Reino Unido já vivia um ambiente de tensão e descontentamento devido à enorme decadência do Império Britânico, esfacelamento deste e conseqüente independência das áreas dominadas na Ásia e África; A questão da Irlanda do Norte ? chamada de modo depreciativo de Ulster pelos ingleses, com conflitos religiosos e tendência ao levante - em ebulição; as Malvinas, sempre reivindicadas pela Argentina; o sufocamento pelo capitalismo sem escrúpulos (criado e tão usado pelo próprio Reino Unido, quem diria!). Os "PISTOLS" parece que vieram como a gota d´água para a cólera, o grito atravessado na garganta, o soco no meio da cara! Suas músicas eram cruas, mas diretas. Suas letras tinham ofensas, porém eram verdadeiras. Suas melodias continham simplicidade, entretanto eram vigorosas e estimulantes. Por fim, seus integrantes eram ofensivos, grosseiros, escatológicos e não tinham papas na língua, principalmente o vocalista John Lydon, apelidado também de Johnny Rotten. E, talvez mais ainda que ele, o baixista, Sid Vicious, que na verdade nem sabia tocar direito, mas em compensação falava mal de todo mundo, sem medo nem remorso, xingava desde os radialistas até a própria rainha Elisabeth II. Os membros do grupo sempre se envolviam em discussões, brigas, tomavam drogas e esculhambavam a política; atacavam a polícia e foram presos várias vezes. Mudavam sempre de gravadora e suas apresentações acabavam em pancadaria: socos, chutes, pontapés, dentes e narizes quebrados, sangue para todo lado. Quando gravaram o primeiro disco, de nome Never Mind the Bollocks, o pagamento pelo trabalho foi pífio, mas a vendagem foi um sucesso. Era um fenômeno, pois praticamente não houve anúncio nem divulgação, além de o LP ter sido proibido em algumas lojas e rádios conservadoras. Logo o punk veio como um vagalhão em cima da sociedade, ameaçando destruí-la para depois criar um mundo igualitário e livre em seu lugar; começou uma nova forma de protesto e engajamento, contra o establishment, confrontando a polícia e o exército, criticando os políticos e as elites. Outras bandas começaram a surgir, influenciadas por: a turnê inglesa dos RAMONES; as controvérsias e atitudes dos SEX PISTOLS; as melodias e harmonias musicais espontâneas do Reggae e do Ska; e a veia rebelde há algum tempo perdida do Rockabilly. Nasceram grupos a partir dessa conjuntura de influências: BUZZ


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