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A explicações do combate pombalino à Companhia de Jesus


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Entre a cascata de explicações que surgiram para explicar o obsessivo ódio pombalino à Companhia de Jesus que se tornou motor da mais intensiva campanha moderna a uma instituição católica quer em Portugal quer na Europa, destaca-se aquela que, especialmente ao longo do século XIX, associa o Marquês de pombal à maçonaria e faz desta ligação institucional e ideológica a raiz da sua política antijesuítica.


Se no plano europeu a documentação filojesuítica que procura explicar a expulsão pombalina dos Jesuítas cedo apontou o maçonismo do Primeiro-Ministro de D. José I em aliança concertada com os primeiros-ministros nomeadamente o espanhol Conde de Aranda e o francês Duque de Choiseul, também eles alegadamente ligados à Maçonaria, como a razão ideológica que os moveu a fazer uma guerra de morte à Ordem mais poderosa da Igreja Católica, em Portugal essa explicação só surgiu em força depois da revolução liberal de 1820 e da releitura do empenho maçónico no derrube do Antigo Regime pelas correntes legitimistas e tradicionalista que se tornam declaradamente antipombalistas. Mais exactamente esta explicação surge em grande força no período breve do regime neo-absolutista de D. Miguel (1829-1834), em que a Maçonaria é apresentada pelos jornais e revistas tradicionalistas como o inimigo por excelência, a ?liga ímpia? que teria conspirado organizadamente para a ruína da velha ordem social e política do antigo regime.


A associação do Marquês de Pombal à Maçonaria acontece de forma mais sistemática com o desenvolvimento da sociedade liberal oitocentista e com a reintensificação da propaganda antijesuítica por um lado e filosjesuíta por outro. Ambas as correntes, o antijesuitismo e o filosjesuitismo, são de igual modo interessadas e responsáveis por aquilo que chamamos uma filiação póstuma do Marquês de Pombal na Maçonaria para assim explicar a sua política religiosa. A Maçonaria que no século XIX tomou os Jesuítas como o inimigo por excelência a combater exaltou Pombal e a sua política antijesuítica como decisiva para abrir as portas do progresso e da liberdade de consciência abatendo aquela chamada fortaleza de obscurantismo que era a Companhia de Jesus. Não só glorificou Pombal e as suas reformas políticas como o adoptou como seu membro de honra, apesar das dúvidas que pairam sobre a sua real filiação maçónica. Por seu lado, os filojesuíticas responsabilizaram Pombal derrocada do ensino, da perda de influência da Igreja, do avanço do iluminismo crítico da religião e até da derrocada ao regime absolutista que unia catolicamente o trono e o altar. Para os filojesuítas oitocentistas e dada a filiação evidenciada pelos mações seus contemporâneos da sua propaganda contra a Companhia de Jesus na herança do Marquês de Pombal, foi-lhe fácil adoptar esta explicação simples para o ódio pombalino aos Jesuítas. 


No dealbar do regime liberal português, apesar de alguns desejarem restaurar a Companhia de Jesus em Portugal, a perspectiva de tal hipótese estava longe de reunir a anuência maioritária da elite liberal que se veio a tornar dominante. Antes pelo contrário.


Como temos aludido, desde os inícios do liberalismo que a Maçonaria tinha representado uma força importante de integração política, assumindo-se como depositária dos ideais do novo regime, sob influência da Revolução Francesa, e grémio de iluministas e racionalistas. O papel dos seus membros foi fundamental na concretização da revolução liberal de 1820 e a Maçonaria assumiu-se como instituição de oposição ao Antigo Regime, atacando, desta forma, o absolutismo que caracterizava a monarquia portuguesa e, simultaneamente, o dogmatismo da Igreja Católica. Até ao início dos anos 50, a Maçonaria constituiu uma importante escola de formação dos quadros políticos do liberalismo. Como referiu Fernando Catroga, ?logo após a vitória liberal, os clubes e as lojas maçónicas funcionaram como centros polarizadores da emergente sociabilidade política?, figurando na direcção dos vários Orientes personalidades que, simultaneamente, lideravam as principais facções monárquico-liberais. E, de facto, esta tradição maçónica de intervenção política e de presença transformante da sociedade continuou a verificar, e até a intensificar-se em alguns momentos, ao longo de todo o liberalismo até à I República.





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