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Falo da liberdade próxima da loucura


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Aprendi naqueles tempos que a mágica do saber oscila entre o poder e seus prediletos.

Ela e imprópria a quem vive na margem, suas correntes são intempestivas, como paixões avassaladoras.   

Sempre ingressa em tramas intermináveis num ciclo viciosos de torturas inaplicáveis.

Mesmo assim a liberdade sempre sobrevive mesmo sem livro ou lei, base ou estrutura, norma conduta ou regra, descalça, sem teto, ela por instinto sabe escapar da prisão, rompendo barreira e portais, conceitos e preconceito. 

Ela se escreve Automaticamente independente da dor, simultânea ao tempo e mesmo da morte, seu grito ainda ressuscita mitos e muitos. 

Sua voz imortal ressoa no âmago das espadas e do fogo, com arte e estilo contra a linha dura, pulverizando parede, cemitérios e cárceres. 

Desafiando a ordem natural dos fatos, a tinta ou sangue, a personagem e seu drama, desenhado sob a tintura das aparências uma forma mesclada de saberes e experiências, capaz de revelar no horizonte a luz explosiva da vitória.     

Falo da liberdade próxima da loucura, mal comum de todas vitimas da ditadura,

Mal comum de uma espécie rara amante de gaia.

Viver naqueles tempos era coisa perigosa, tão perigosa como planejar ou pensar, naqueles tempos este simples ato seria quase que anti-institucional praticamente inconcebível ou meramente intolerável, por que contrariava todas as leis físicas da prisão, todas as leis da opressão, todos os decretos com seus assassinatos, mandatos e mandaralhos.

Não falo da democracia ditadura sorridente, falo de canibais sem cérebro, falo de fantoche bóia-fria no inferno verde, de criança da cidade que comem cimento e são devoradas por sua própria fome, no arame frio de sua ilusão, doença sem perdão daqueles que vivem abaixo da geometria do pão.


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