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A Longa Viagem da Biblioteca dos Reis.


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Para compreender melhor este ponto da historia do Brasil, assim como Lilian Schwarcz vou começar pelo contexto histórico mundial.


De maneira geral, o quadro histórico internacional entre o final do séc. XIX era de crise na Europa ocidental. Determinada por mudanças políticas, econômicas, sócias e culturais, essa crise teve desdobramentos imediatos, especialmente para a América.


A expansão napoleônica atingiu toda a Europa, principalmente quando Napoleão resolveu fechar o mercado europeu aos produtos industrializados ingleses, gerando um abalo na indústria da Inglaterra que não consegui vender seus produtos. Assim, Portugal se viu digamos, entre o lobo e o penhasco, de um lado Napoleão e o seu bloqueio, pois se Portugal não aderisse teria seu território invadido por tropas francesas, e do outro estava a Inglaterra que ameaçava tomar ?a galinha dos ovos de ouro?, o Brasil. E se não bastasse havia ainda a Espanha que entrara em conflito com a França.


Tudo isso gerou uma instabilidade política muito grande entre todos, Portugal se via na difícil tarefa de não envolvesse diretamente na briga de ninguém, tendo que articular um delicado jogo de neutralidade, pois, a paz com a França traria o não enfretamento bélico com Napoleão, já a aliança com a Inglaterra asseguraria estabilidades futuras.


Com a Espanha, além de Portugal ceder pontos estratégicos para o trafego escravista, casou dois membros da coroa portuguesa com a Coroa Espanhola, d. João VI com Carlota Joaquina e Maria Vitoria com Gabriel.


Em meio a todo esse turbilhão, d. Maria rainha de Portugal ficara louca, quadro que se agravou com a morte de seu primogênito e herdeiro d. José que não deixou filhos, sendo assim, d. João seria o próximo na linha de sucessão, que a principio ficou como regente.


Por fim, Portugal tinha que manter as relações com todos os envolvidos, citandas Lilian Schwarcz: ?toda diplomacia em tempo de guerra vale ouro?.


Portugal fazia alianças secretas, desfazia acordos, planejava dali, conspirava daqui, tudo em nome da neutralidade. Uma frase chave no texto de Lilian Schwarcz ?a França exigindo, a Espanha ameaçando, a Inglaterra pressionando, e Portugal dissimulando?, mostra perfeitamente todo esse emaranhado que se tornou a relação de Portugal com seus visinhos.


Contudo, Portugal já tinha uma saída para se ver livre desse jogo tão delicado, seria a transferência da família rela portuguesa para o Brasil, assim se livraria de Napoleão e da Inglaterra.


Durante muito tempo se falou em ? fuga?, passando a idéia de uma corte medrosa, de uma rainha louca e um príncipe imbecil. Todavia novas formas de compreender esta vinda do príncipe regente d. João para uma colônia portuguesa não foi um ato improvisado, muito menos uma fuga decidida em ultima hora, para escapar dos exércitos franceses ou da Inglaterra e Espanha, mais sim a realização de um velho plano, talvez até de um antigo desejo cogitado, inclusive nos tempos de Marques de Pombal. A vinda foi então, uma inteligente e feliz manobra política de d. João que transferindo voluntariamente sua corte para os domínios portugueses na America, salvara a monarquia bem como suas colônias ultramarinas, e encontrou em vez de uma expatriação ignominiosa, com a prisão no lugar de desterro, como aquela que Napoleão impusera aos Reis da Espanha, fundava assim no Brasil um novo Império, perpetuados dos vínculos históricos da Nação portuguesa.




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