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Leitura, escrita e Teoria Psicogenética


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Este é mais um resumo da série que compõe os apontamentos e notas de aula dos cursos ministrados por mim em uma Universidade brasileira. É indicado para todos os leitores do Shvoong, em especial para meus alunos desta Universidade (os quais tenho a certeza de que se sentirão devidamente lembrados). Por último, antes de iniciar o resumo, peço desculpas ao leitor se vier a encontrar uma lingüagem por demais técnica e um texto árido para aqueles que não são especialistas no tema e nem meus alunos.
A leitura e a escrita são preocupações centrais em muitas das sociedades atuais. Os processos ligados a estas práticas se tornam cada vez mais complexos, incluindo nesta complexidade o uso crescente de recursos eletrônicos, o que por sua vez vem a trazer muitos e novos estilos e "locais" de aprendizagem destas práticas. Influenciados por este movimento, e tendo em vista a crescente diversidade de desempenho observada entre crianças de classes de alfabetização, os pesquisadores do campo de ocnhecimento da Psicogenética começam a voltar seus olhares para as práticas (principalmente escolares ) de leitura e escrita. Dentre estes pesquisadores, deve ser destacado o trabalho de Emilia Ferreiro.
Em fins dos anos de 1970 e início dos anos de 1980 esta estudiosa do Centro de Estudos do Desenvolvimento Infantil sediado na Universidade de Genebra (e que foi criado por Jean Piaget) se dedica a estudar a relação entre o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento das capacidade de leitura e escrita de crianças em classes de alfabetização. Desenvolve suas pesquisas no México e na Argentina, e alguns anos mais tarde (início dos anos de 1980) começa a divulgar seus resultados. Tais resultados acabam por contrariar muito do que se pensava sobre alfabetização até então, pois indicavam uma série de elementos existentes na aprendizagem das crianças que nada tinham a ver com as teorias de desenvolvimentos cognitivos publicadas até esta época. Dentre estes resultados podem ser destacados:
1) Diferença entre o tempo escolar e o tempo necessário para a aprendizagem: as crianças teriam então sua aprendizagem da leitura e da escrita muito mais condicionada à maturação das estruturas mentais do que aos anos escolares, havendo ainda diferenças individuais entre estas crianças, o que invalidaria a idéia de serem usados os anos como referência nas classes escolares.
2) Existência de vários estágios de desenvolvimento das capacidade de leitura e escrita: os estudos de Emilia Ferreiro indicam que existem vários estágios de desenvolvimento da capacidade de leitura e escrita entre as crianças. Estes estágios vão do mais simples, no qual a criança relaciona as palavras às figuras (e não aos sons) aos mais complexos, em que a criança já reconhece sílabas, letras, sons e padrões de formação de palavras.
3) A influência do ambiente de aprendizagem no desenvolvimento cognitivo: outro resultado importante diz respeito à relação entre o ambiente e a aprendizagem. Neste sentido, a noção de ambiente de aprendizagem passa a ser central em tal teoria. Para Ferreiro, a sala de aula (e a escola como um todo) compõe um ambiente que é todo ele educativo, e assim cabe ao educador explorar todas as possibilidades de estimulação da criança em fase de alfabetização, relacionando estes estínulos a atividades ligadas à leitura e escrita. Deste modo, defende nas classes de alfabetização toda uma variedade de atividades que não mais vão se prender às atividades de memorização (como cópias, ditados e exercícios de cartilhas) mas antes vão combinar tais atividades a atividades lúdicas e diferentes.
Com base nestes resultados, podemos dizer que em alguns países (como o Brasil) a teoria psicogenética veio a influenciar em muito a dinâmica as classes de alfabetização, transferindo para o aluno (enao mais para o conteúdo) o centro deste processo.
Espero que o texto tenha sido de leitura proveitosa a todos. Posteriormente, aqui mesmo no shvoong irei publicar um texto relacionado à temática da influência da motivação na alfabetização de crianças, o qual dá continuidade ao presente resumo.


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