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a criança e o desenho


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A CRIANÇA E O DESENHO Todo processo de conhecimento, aprendizagem e expressão humana, se dá sobre dois fatores: as vivências concretas e suas simbolizações, o que é sentido. Um fenômeno comum a todas as culturas ? desde as vistas como as mais civilizadas às consideradas primitivas ? é a arte. A do homem pré-histórico inclusive, é tudo que restou, integralmente de nossos antepassados. Muitas informações nos foram transmitidas através dos desenhos encontrados nas cavernas e rochas. Susanne Langer, estudiosa norte-americana, afirma que esta imaginação primitiva ? esta produção de imagens mentais ? foi o primeiro passo na criação, não apenas da arte, mas também da linguagem. Ou seja, ao evocar imagens mentais daquilo que havia visto, o homem das cavernas as representou, criou sons e símbolos e se comunicou. A criança, de forma poética, revive esses momentos em suas expressões espontâneas. A criança e o desenho Em seu livro L?Education Artistique et la Psychologie de L?Efant (1954), tradução de Gisele de Cássia Fleck, Jean Piaget aponta dois fatos que vê como paradoxais: O primeiro fato observa que a criança pequena parece mais bem dotada do que a de mais idade, nos domínios do desenho, da expressão simbólica. O segundo fato diz respeito à dificuldade do autor em estabelecer estágios regulares de desenvolvimento no caso do desenho e da expressão artística, tal qual estabeleceu em outras funções mentais. As primeiras manifestações espontâneas do que se pode chamar de arte infantil devem também ser vistas como tentativas sucessivas de conciliação entre as tendências próprias do jogo simbólico e a expressão do eu e a submissão do real. A conclusão que o autor chegou diante de tais fatos é quase evidente: a criança pequena começa espontaneamente a exteriorizar sua personalidade e suas experiências interindividuais, através da expressão gráfica, sem os obstáculos, as regras e as noções estéticas sociais que ainda irá absorver. Existe, de um lado, a realidade material e social a qual a criança adapta-se e, conseqüentemente, às suas regras e meio de expressão. E, existe também, o que é sentido, vivenciado e desejado consciente e inconscientemente pelo eu. Ambos formam a expressão. Seja ela verbal, artística ou física. Não procura transmitir significados conceituais, mas dar expressão ao sentir. Estágios do Desenho Infantil Os estudiosos observaram, registraram e organizaram uma seqüência de etapas ordenadas do desenvolvimento do grafismo infantil.Vale ressaltar a flexibilidade dessa ordem e suas respectivas idades. Segue o registro dessas etapas segundo Rosa Maria Stabile: Estágio Sensório-motor - rabiscação - 0 a 2 anos Não tem habilidade adquirida, percebe o meio com simplicidade e subjetividade, imitação crescente, pesquisa de movimentos, curiosidade e exploração de materiais diversos, reflexo de sucção (leva tudo à boca). Os movimentos são desordenados e incontrolados, mas proporcionam prazer à criança. Estágio da Garatuja - 2 a 4 anos Desordenada Ausência de controle dos movimentos. Uso da cor pelo simples prazer de experimentá-la, sem intenções. A figura humana não aparece e o espaço não é totalmente utilizado. Ainda muito próxima da rabiscação, seus desenhos variam muito: ora fracos e concentrados ora fortes e dispersos pelo papel. Longitudinal Movimentos repetidos em várias direções, principalmente na vertical e horizontal, estabelecimento da coordenação entre a atividade visual e a motora. Controle dos movimentos. A cor ainda é usada inconscientemente. O espaço é utilizado somente de base sinestésica, muitas vezes não saem de um mesmo lugar, outras vezes riscam uma folha inteira, misturando tudo o que já experimentaram. Circular Auto-afirmação do controle através de desvios do tipo de movimento, com o treino aparecem ensaios repetidos de pequenas células ou pequenos círculos ainda sem intenção, significado ou expressão. É a exploração do movimento circular feito com todo o braço, que varia do tamanho de um pequeno ponto até o círculo que ocupa a folha toda. A cor ainda é utilizada com base emocional. Controlada Pensamento imaginativo. Mistura de movimentos com freqüentes interrupções. Figura humana de modo imaginativo através do ato de comentar, os pequenos círculos se transformam em pessoas e animais, dando-lhes cabelos, olhos e membros (em geral braços). Espaço puramente imaginativo. Cor usada para distinguir diferentes significados da garatuja. O desenho deixa de ser simples expressão motora e começa a representar coisas de sua realidade, em geral figuras humanas. Intencional Aparecem, nos desenhos, outros elementos além da figura humana, quase compondo uma cena, ainda rudimentar. Enquanto desenha, a criança fala e conta histórias, explicando seus rabiscos de diversas maneiras. a figura humana é mais completa com cabeça, tronco e membros definidos com pés e mãos. No final desta fase a criança começará a misturar aos seus desenhos uma escrita fictícia, traçada e forma de serras ou pequenos elementos parecidos com os nossos signos. Estágio pré-esquemático - 4 a 6 anos Descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. A criança começa a representar coisas de sua realidade e a exprimir sua fantasia, desenhando vários objetos ou o que imagina deles. A ação é voltada para resultados concretos, maior poder de concentração e intensa formação de conceitos. Mudança dos símbolos da forma em virtude da constante procura dos mesmos Estágio esquemático - 6 a 9 anos Descoberta de um conceito definitivo de homem e meio, dependendo do conhecimento ativo e da personalidade através da repetição, "esquema". Primeiro conceito definido do espaço, "linha de base" e "linha do horizonte". A linha de base exprime: base, terreno, os objetos são desenhados perpendiculares a esta linha. A linha do horizonte exprime o céu. Afastamento do esquema da cor (mesma cor para o mesmo objeto), mostra experiência.Em continuação à fase esquemática na evolução do grafismo infantil, ocorre um período estacionário, durante o qual o desenho se mantém sem tantos progressos como os que ocorreram até esta fase. ele melhora em acabamento e detalhes mas não evolui. A grande evolução agora é na escrita e é comum aparecer balões representando conversas entre personagens de seus desenhos ou pequenos textos, que parecem explicar melhor a situação ou ação deles. Mais do que nunca o professor deve estimular a auto-expressão, desencorajando a cópia e o desenho estereotipado. Estágio do início do realismo - 9 a 11 anos Afastamento do esquema, linha de base e do horizonte se encontram cobrindo o espaço em branco que existia na fase anterior, tendência para as linhas realísticas. Maior rigidez resultante da atitude egocêntrica e da ênfase sobre detalhes como roupas, cabelos, etc. Diferença acentuada entre meninas e meninos, maior consciência do eu em relação ao sexo. Idade do bando, meninos junto de meninos e meninas junto de meninas. Estágio subjetivo da cor, a cor é usada em relação a experiência subjetiva Estágio pseudo realístico do raciocínio - 11 a 13 anos Aproximação realística inconsciente, tendência a disposição visual ou não visual, amor a ação e a dramatização. Introdução das articulações na figura humana, atenção visual às mudanças de movimento introduzidas através do movimento ou da atmosfera. Espaço tridimensional expresso pelas proporções diminuídas dos objetos distantes. Regressão, do não disposto visualmente, à linha de base ou a expressão do meio somente quando significativo. Mudança da cor, em sua natureza, relacionada à distância e a um estado particular de humor. Estágio da decisão: crise da adolescência - 13 a 17 anos Consciência crítica ao meio e ao resultado representacional. Identificação mais clara do tipo visual: impressões do meio no qual o criador se sente espectador, ênfase na proporção exterior, interpretação visual da luz e da sombra, perspectiva espacial. Tipo haptic ou não visual - experiências subjetivas, expressões emocionais nas quais o criador sente-se


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